Desde as civilizações mais antigas no nosso planeta, a comunicação existe e é fundamental para a nossa evolução. As primeiras formas de comunicação escrita não foram através de texto, mas sim de desenhos que os povos primitivos, há 8000 anos a.C., gravaram nas paredes para ilustrar e comunicar a sua maneira de caçar, por exemplo. Mais tarde, os egípcios comunicavam também através de hieróglifos, pictogramas simples e de fácil entendimento, tal como hoje usamos nos sinais universais de trânsito, na sinalética ou nas etiquetas das nossas roupas. Graças a estas gravuras e hieróglifos, na atualidade temos informação acerca da forma como os povos se organizavam, comportavam e geriam o seu dia a dia. A comunicação esteve, portanto, sempre presente e é tão importante quanto o conhecimento que temos da ciência, pois o que não é comunicado, é desconhecido, como se nunca tivesse sequer existido. De pouco adiantará ter conhecimento quando este não é partilhado e divulgado. Por esta razão, a UNESCO afirma que os seus territórios classificados são lugares de Ciência, Cultura Educação e… Comunicação!
Enquanto estratégia de desenvolvimento comunitário, em territórios rurais e de baixa densidade, a UNESCO cria em 2015 o Programa Internacional de Geociências e Geoparks Mundiais, tendo por objetivo classificar áreas territoriais detentoras de uma estratégia de desenvolvimento bem planeada, assente no seu património geológico único e de relevância internacional, cujo principal objetivo é a promoção do desenvolvimento sustentável.
Num Geopark Mundial da UNESCO, como o recém classificado Estrela Geopark, a associação responsável pela candidatura e gestão desta marca UNESCO, juntamente com as Escolas, Investigadores e Parceiros, trabalha as áreas da Ciência, Cultura e Educação no sentido de as desenvolver, divulgar, instruir e colocar ao serviço não só da população local, como do exterior da Montanha e do país. Este trabalho é comunicado de forma escrita e visual, sendo variados os seus formatos e canais: escritos, através de jornais, revistas, websites, artigos publicados; orais, através de workshops, conferências, rádios e entrevistas televisivas; visuais, através de fotografias, vídeos e documentários, conteúdo nas redes sociais e concursos, promovendo a arte como forma de comunicar, de maneira simples a complexidade da ciência e do nosso Património.
Comunicando a complexa formação e origem geológica da serra da Estrela, que já todos admirávamos na Estrela há séculos, devido à sua imponência e originalidade, tornou-se agora mais percetível, o que contribuiu para que esta admiração subisse a outro pedestal, permitindo para uma maior preservação e valorização desta identidade. De facto, comunicar um Geopark Mundial da UNESCO é uma ação contínua de promoção e efetiva valorização do território e do seu património, principal recurso para o seu desenvolvimento. No Estrela Geopark Mundial da UNESCO, a comunicação assume especial relevância, transformando esta Montanha num território de ciência, educação, cultura e comunicação.
N.R.: Esta é uma colaboração mensal do Geopark Estrela para divulgar o seu património e atividades relevantes para a sua afirmação. Os textos e fotografias são da responsabilidade da equipa técnica do Geopark.