Começar a correr (com saúde, segurança e resultados)

Escrito por Diogo Fonseca

“E justamente pela ímpar simplicidade de calçar umas sapatilhas e correr, muita gente opta por se iniciar nesta belíssima modalidade, que tantos adeptos tem conquistado.”

Quem nunca se imaginou a correr aos domingos de manhã com o desejo de cuidar um pouco mais da sua saúde, aliviar o stress da semana ou apenas lapidar uma silhueta a seu gosto? Se nunca lhe aconteceu, caro leitor, tenho a certeza de que conhece alguém que sim.
A verdade é que as taxas de sedentarismo nunca estiveram tão altas como hoje. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que atualmente um quarto das pessoas em todo o mundo tenham um estilo de vida sedentário, chegando a ser de um terço no público feminino. Contribuiu isso para que problemas como o sobrepeso e obesidade tivessem já ganho o desígnio de Epidemia.
Na tentativa de combater esta escalada impressionante, a OMS recomenda por isso como mínimo a realização de 150-300 minutos de exercício físico aeróbio de intensidade moderada ou 75-150 minutos de alta intensidade por semana, para além de dois ou mais treinos de força por semana. E justamente pela ímpar simplicidade de calçar umas sapatilhas e correr, muita gente opta por se iniciar nesta belíssima modalidade, que tantos adeptos tem conquistado.
Mas como iniciar de forma a garantir a maior segurança e os melhores resultados?
O primeiro passo, antes de lançar o seu corpo ao desafio, é fazer uma visita ao seu médico. Ele será a pessoa indicada para lhe aconselhar dos benefícios, dos cuidados a ter e esclarecer todas as suas dúvidas. Irá também fazer-lhe uma boa avaliação física e pedir todos os exames complementares necessários para garantir que começa esta jornada nas melhores condições de saúde possíveis e com um acompanhamento clínico próximo e personalizado.
Outro aspeto igualmente importante e que ditará o sucesso do seu objetivo, será o pilar nutricional. Ter uma correta base alimentar, adaptada às suas necessidades e que lhe garanta todos os nutrientes necessários no momento adequado é muito importante. Isso fará toda a diferença na forma como se sente, como a sua saúde evolui e no prazer sustentado que terá a longo prazo.
Por último e não menos importante, havemos de nos lembrar que correr de forma eficiente e segura exige técnica, treino e uma boa recuperação. Por isso, o meu último conselho será procurar a companhia de alguém mais experiente neste desporto e que o(a) possa orientar nos primeiros passos. E acredite, mais perto do que imagina, há pessoas que terão o maior prazer em acarinha-lho(a) e dar o seu melhor, para que também para si, os melhores momentos passem (literalmente) a correr.

* Interno de Formação Específica em Medicina Geral e
Familiar na USF “A Ribeirinha”, da ULS Guarda

N.R.: A rubrica “ABC Médico” é da responsabilidade do grupo de Internato Médico da USF “A Ribeirinha”, da Unidade Local de Saúde da Guarda, e pretende aumentar a literacia em saúde na área do distrito da Guarda. O objetivo desta coluna mensal é capacitar a comunidade a fazer parte integrante do seu processo de saúde/doença, motivando-a para comportamentos de vida saudáveis e decisões adequadas. Para tal, serão escolhidos temas pertinentes que serão apresentados por ordem alfabética, daí a designação “ABC Médico”.

Sobre o autor

Diogo Fonseca

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