As Câmaras parecem feudos da Idade das Trevas. À época, os suseranos extorquiam impostos ao povo, para gáudio daqueles em festas palacianas.
Mesmo assim, o Suserano, quando desfilava junto dos seus súbditos, era recebido com aparente alegria, através de efusivas palmas e batuques, dançando, comendo e bebendo. O Suserano não necessitava de votos, mas o povo acolhia-o bem, afastando assim, um vilipêndio maior.
Hodiernamente, o nosso Suserano/Presidente, no seu feudo, é também recebido com pompa e circunstância, mais que não seja para que os poucos habitantes envelhecidos, que matam as horas mortas e monótonas conversando nos quatro cantos da aldeia, fruam de um dia diferente da pasmaceira diária.
Atos como a delegação de competências não podem ser feitos de uma só vez, na Assembleia Municipal, uma vez que mais importantes são o impacto da foto da assinatura do documento e o manjar que o Presidentes da Junta organiza, num esforço desmedido, não fora o da freguesia do lado levar a efeito um melhor e lauto banquete.
Tal como no feudalismo, o agora Suserano/Presidente e Bispo assumem uma união nunca vista. A harmonia que o povo idolatra! Certo é que, e com o nosso dinheiro, o Suserano/Presidente e seus servidores de confiança política decidiram visitar, ano e meio depois da tomada de posse, todas as freguesias, a fim de, digo eu, e quiçá, auscultarem, in loco, as necessidades da população, mas tão sobejamente conhecidas e nunca resolvidas.
Isto, caros guardenses, é a chamada gestão participativa por votos. Não, não me enganei, não se trata de objetivos, mas de pura caça aos votos, numa campanha eleitoral antecipada, não vá o diabo tecê-las e ser eleito um Presidente/Suserano diferente. “Quem vai para o mar, aparelha-se em terra.”, não vá o barco ancorar em porto não seguro. Passámos ao mercantilismo, à comercialização de promessas impossíveis.
Entretanto, a Terra continua a rodar por si só e à volta do Sol, esfumam-se os dias e os anos e adiam-se as obras prometidas em campanha.
É cedo, dirão uns, para avaliar o desempenho do atual Suserano/Presidente e seus serviçais.
Aguardamos a consecução das promessas eleitorais. A saber, as 11 novas áreas de localização empresarial no mundo rural, o Parque Tecnológico, a Incubadora de Empresas, a taxa mínima de IMI para as empresas e a redução de 50% da derrama, a redução em 50% das taxas de licenciamento urbanístico, o Centro de Investigação Nacional de Envelhecimento, as reuniões mensais com administração da ULS, a reflorestação do concelho, a alteração da Estrutura Orgânica do Município, a requalificação das ruas da Cidade, a nova Praça da Liberdade junto ao TMG, a mata municipal, o parque biológico da Maunça, a variante da Sequeira, a variante das F’s concluída em dois anos e a variante dos Galegos.
Em suma, remodelações discutíveis (Município) e tudo o mais por executar, para além dos ausentes, como Porto Seco, bem localizado, e a requalificação da Zona Histórica.
Francisco Dias