O pequeno almoço é das coisas mais incríveis que conheço. Acordar, lavar dentes, tomar banho, barba feita e depois, se alguém se atreve, ali, entre lençóis empurrados para o fundo, entrelaçados carecer de outro duche. É o “petit déjeuner” dos embevecidos e dos que ainda são. Segue-se a toilette mínima, o robe “negligé” passa a uma ganga coçada, a camisa tem umas estampas vistosas e coloridas. Descem ao restaurante no “hall” de entrada do hotel. Podem escolher “omelette prosciutto” e “formaggio”, ou uns belos “benedict”, entrar por “waffles” mais ou menos adocicadas. Eu sou do galão com leite frio e de um pão de sementes com manteiga e fiambre. Entretanto muitos me sonegam o fiambre porque é assim e assado, porque se vires o vídeo já não comes. Não vejo e vou comendo. Também me atrevo pelos ovos mexidos e o bacon. Se fosse capaz ia depois pelos frutos exóticos, a suculenta papaia. Muito bom era ter tempo de folhear o jornal num longo pequeno almoço. Um jornal com jornalistas isentos, pouco opinativos fora das crónicas, com contraditório ouvido, com adjetivos neutros, sem perfídia. O sumo de laranja natural é uma pérola, mas há quem lhe veja demasiado açúcar, como ao “croissant” e ao pão. No pão ficou-me a tosta catalana, um detalhe que se entranha para a vida se levar aquelas tonalidades do tomate e depois o presunto de porco preto. Salivando e feliz vos deixo.
Bom dia
Muito bom era ter tempo de folhear o jornal num longo pequeno almoço. Um jornal com jornalistas isentos, pouco opinativos fora das crónicas, com contraditório ouvido, com adjetivos neutros, sem perfídia.