No início de um novo ano, o primeiro desejo é sempre Saúde. Os meus desejos não são diferentes, saúde é de facto o mais importante. Mas quando esta falta, o nosso desejo é que os hospitais em geral e o nosso em particular possuam os especialistas de que necessitamos, com os equipamentos e as instalações adequadas ao desempenho dos profissionais. Assim, espero que 2019 permita o preenchimento das vagas nas diferentes especialidades da ULS da Guarda, que exista capacidade financeira para aquisição de equipamentos, bem como para as obras de remodelação. Já agora, também não custa pedir que o Parque da Saúde, um espaço esplêndido com árvores centenárias a secar, sofra uma intervenção paisagística de modo a que toda a população possa usufruir de um espaço único. Claro que para que tudo isto se torne realidade é necessário eliminar a suborçamentação crónica do SNS, as cativações e controlar a dívida.
Se a saúde é o principal, nada se consegue sem uma boa Educação. Uma nova política de educação menos centralizada na “5 de outubro” e na “Estrada das Laranjeiras”, onde o professor e o aluno sejam o centro do processo ensino/aprendizagem, mais focada na preparação eclética dos alunos, com valores morais e éticos e com a carga burocrática mínima indispensável. Basta olhar para o que alguns países asiáticos fizeram nas duas últimas décadas para perceber que temos de alterar os nossos modelos, do básico ao superior.
Relacionado com a educação e porque é também um pilar para que a saúde coletiva não piore, temos o Ambiente. Que o ano de 2019 traga consigo uma preocupação ambiental mais efetiva e que exista uma melhoria no desempenho das taxas de separação e reciclagem dos resíduos. Talvez propor um itinerário “turístico”, uma visita aos aterros sanitários espalhados pelo pais, pudesse sensibilizar a população. Desejo também que os projetos de âmbito nacional/regional sejam objeto de estudo ambiental estratégico e/ou estudo de impacte ambiental antes da tomada de decisão político-financeira.
Já que se falou de Política, num ano marcado por eleições europeias e eleições legislativas, o que se pode pedir é que, por um lado os movimentos/partidos da extrema, esquerda e direita, não vejam a sua votação reforçada como tem acontecido em alguns países da UE; e, isso depende muito do comportamento dos partidos moderados. Por outro lado, desejo que as sucessivas promessas para o desenvolvimento do “interior” de Portugal não sejam meras palavras de retórica política para fins puramente eleitorais e que das 155 medidas do Programa Nacional para a Coesão Territorial sejam implementadas 8 a 10 relevantes! Se assim for, certamente os territórios do “interior” terão um salto quantitativo e qualitativo no contexto nacional.
Para terminar, desejo que a guerra comercial EUA-China e outras que possam surgir, sejam resolvidas a bem da estabilidade financeira mundial, da UE e em especial de Portugal. As perspetivas de crescimento económico na UE não são animadoras, como não o são para Portugal. Por outro lado, espero que as taxas de juro se mantenham relativamente baixas, pois a sua subida pode constituir um forte garrote para o crescimento económico de Portugal, que assiste, como se nada fosse, a um aumento da dívida pública. Se tal acontecer, não sei se é suficiente para que o “diabo apareça”, mas que pode começar a cheirar a “enxofre”, lá isso pode.
A 31 de dezembro de 2019 cá estaremos, ou não, para o balanço destes desejos e preocupações!
* Professor da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do IPG