A PETA, People for the Treatment of Animals – Pessoas Pelo Tratamento Ético dos Animais é uma organização internacional que conseguiu marcar a agenda nos últimos dias, sobretudo nas redes sociais. Os utilizadores desta moderna versão das coscuvilheiras de aldeia logo exponenciaram a questão associando-lhe o muito português PAN, obrigando mesmo um dos seus dirigentes a vir a terreiro esclarecer que não senhor, o seu partido não tinha qualquer iniciativa legislativa perspetivada sobre este assunto. Isto porque, já se sabe, “gato escaldado de água fria tem medo”…
Mas, voltemos à PETA e “peguemos o boi pelos cornos” de forma a “matar dois coelhos de uma cajadada”. Que os animais não sejam maltratados parece ser opinião unânime em todo o mundo, mas daí até querer alterar adágios só porque referem animais é como aquele da “cabra que apregoa mel e vende azeitonas”… Pois se a dita organização lança esta campanha num país em que se permite a detenção de armas por qualquer cidadão, num país em que a pena de morte continua a ser legal em muitos dos seus estados, num país cujo presidente continua a negar as alterações climáticas, num país em que o racismo continua a imperar, num país que insiste em construir uma muralha que separe os “bons” dos “maus” parece estarem as prioridades invertidas. Não que os animais não mereçam ser tratados bem, mas e as pessoas?…
Claro que, como “à besta que muito anda nunca falta quem a tanja”, logo a coisa assumiu contornos universais gerando uma infinidade de reações as mais diversas. Desde os que defendem que este é um passo civilizacional de grande alcance e que, portanto, será “um bom cavalo ao qual não falta sela”, aos que, pelo contrário, pensam não ser esta campanha mais do que um “fait divers” e que defendem que “a carneiro estranho não recebas no teu rebanho”. Ora cá está: “a cabra puxa sempre para o monte e o sequioso para a fonte”, que é como quem diz que “a cada cabeça sua sentença”.
E, por muito que se discuta, que se escalpelize a coisa, não haverá, por certo, unanimidade nas opiniões e cada um continuará a “albardar o burro à vontade do dono” e a defender que “a macaco velho não se lhe ensina a fazer caretas”.
Convém é não esquecer que tudo tem a devida medida e que, voltando à sabedoria popular, “a bezerrinha mansa mama na sua e na da alheia”, enquanto que “a cabra com muito viço dá com o corno no toutiço”…
Fiquemos, pois, por aqui, até porque estão por ali uns pequenitos à espera de cantar o “atirei com o pau ao gato/e o gato não morreu”. Ou será que já foi censurada?…
Vou ali ver e já volto!…
Festas felizes para todas e todos (antes que venha a ser acusado de discriminação de género). É que “a filha da onça tem pintas como a mãe”…