Há 365 dias parecia improvável, e os avisos não eram levados a sério… Mas, 365 dias depois sabemos que a Rússia trouxe de novo a guerra à Europa. Uma guerra com trincheiras, que pensávamos impossíveis de voltar a ver no “velho continente”; uma guerra com armas pesadas, que destroem tudo; uma guerra “à antiga” que mata como todas as guerras… Uma guerra com drones e mísseis modernos que provocam impacto visível nas cidades dizimadas, mas também na vida de todos no mundo ocidental.
Há um ano as tropas russas avançaram para conquistar em poucas semanas as estepes ucranianas. Putin, os russos e o mundo pensaram então que Kiev cairia em poucos dias ou semanas. Mas doze meses depois, a resistência ucraniana conquistou o mundo e resiste à força bruta que domina apenas o Donbass. A superioridade bélica e o poderio russo auguravam uma vitória fácil para Putin. Depois da Crimeia, em 2014, Putin voltava a escolher atacar à margem das convenções internacionais ou do respeito pelos estados vizinhos. Com o argumento de que não queria a Nato perto da suas fronteiras, passou a ter a Nato unida como nunca.
365 dias depois, e muito para além da tragédia dos ucranianos que viram as suas vidas destruídas, dos mortos, dos que fogem, das crianças que choram, do sofrimento imensurável, o mundo reagiu e a Ucrânia fez das suas fraquezas forças para resistir à ocupação e à barbárie.
365 dias depois, a Ucrânia sobrevive porque o Presidente Zelensky não fugiu e conquistou aliados e apoio internacional. A Democracia resiste por entre as balas e as bombas.
365 dias depois, a presidente da Comissão europeia, Ursula von der Layen, afirmou-se como a grande defensora dos valores europeus, dos direitos, liberdade e garantias. A União ainda não conseguiu construir um desígnio comum sobre o que quer ser no mundo que irá emergir desta guerra, mas tem uma liderança forte que garante um caminho de regresso da Europa ao primado da liderança mundial.
365 dias depois, um presidente americano com quase 80 anos, Joe Biden, procura a paz no meio da guerra, assumindo a liderança mundial.
365 dias depois, e perante as contradições da Alemanha ou da França, Zelensky, Biden e von der Layen salvaram a Europa, enquanto a Ucrânia resiste.