Fausto Bordalo Dias é o artista convidado para celebrar os 822 anos da cidade mais alta, a 27 de novembro, com o espetáculo “Atrás dos Tempos Vêm Tempos” no grande auditório do Teatro Municipal da Guarda (TMG).
O cantautor regressa a um palco que pisou em 2006, por ocasião do primeiro aniversário do equipamento cultural, e desta vez traz um concerto que surge da canção que cantou na “Madrugada dos Trapeiros”, em 1977, depois da Revolução e Abril. Fausto nasceu num barco, em pleno Oceano Atlântico, numa viagem para Angola, mas foi registado em Vila Franca das Naves (Trancoso), onde a sua mãe foi professora. Foi em Angola que fundou a sua primeira banda, denominada “Os Rebeldes,” projeto onde associou a origem beirã aos ritmos africanos. Licenciado em Ciências Políticas e Sociais no Instituto Superior de Ciências Socias e Política do antigo Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina, Fausto lançou o seu primeiro álbum em 1969 com o qual venceu o Prémio Revelação desse ano. Juntamente com José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire, José Mário Branco ou Luís Cília, teve um importante papel político e cultural na resistência aos últimos anos do fascismo e no processo revolucionário iniciado com o 25 de Abril de 1974.
Com 12 discos gravados entre 1970 e 2011, dez dos quais originais, uma compilação regravada e um disco ao vivo, Fausto é um dos maiores nomes da música portuguesa contemporânea. Para o provar aí estão discos tão fundamentais como “Por Este Rio Acima”, “O Despertar dos Alquimistas”, “Para Além das Cordilheiras”, “A Preto e Branco” ou “Crónicas da Terra Ardente”.