As profecias eram muitas, mas nenhuma se concretizou. A entrada no ano 2000 trazia consigo anúncios do fim do mundo e/ou de suposto regresso ao passado em consequência do temido “bug do milénio”. A noite de passagem de ano – que o então primeiro-ministro António Guterres passou num centro operacional de informações, por prevenção – confirmou a normalidade e a ausência de catástrofes. O ano começara, afinal, dentro da normalidade e sem alterações inesperadas.
Na Guarda, pelo contrário, preparava-se a mudança há muitos meses. Várias personalidades «de grande categoria e mérito» juntavam-se para discutir e organizar um novo suporte informativo que permitisse unir a Guarda e a Covilhã, contribuindo para o desenvolvimento da região como um todo. O INTERIOR era assim o primeiro jornal a surgir no novo milénio. Foi também o primeiro a ser lançado simultaneamente em dois suportes: papel e digital.
A vontade de ir «além do imediatamente percetível», foi assumida desde o primeiro editorial: «a descoberta das diversas posições, distinguindo factos de opiniões e vontades de finalidades; o observar realidades: permitir-nos-ão ser agentes de formação e informação. Este é o nosso entendimento de seriedade e credibilidade…», lia-se no editorial incluído no jornal que se estreava nas bancas a 14 de janeiro de 2000. Nascia então um novo semanário regional, feito de jornalistas jovens e colunistas experientes que tinham como objetivo comum contribuir para o desenvolvimento e afirmação da Beira Interior.
No ano de lançamento O INTERIOR viu o esforço imediatamente reconhecido com a atribuição do Prémio Gazeta de Imprensa Regional pelo Clube de Jornalistas. O mais prestigiado galardão nacional serviu de confirmação a um projeto que se assumia, desde o início, ambicioso.