A criação de novas empresas cresceu 6 por cento no distrito da Guarda desde maio, no final do primeiro estado de emergência, revela o barómetro da consultora Informa D&B, divulgado na semana passada. Já em Castelo Branco as novas empresas aumentaram 11 por cento.
Esta análise constata que o surgimento de novos negócios voltou a cair no mês passado e sobretudo que há menos empresas a nascer desde maio no litoral, enquanto no interior houve um “boom”. «Numa análise regional à constituição de novas empresas desde o final do primeiro estado de emergência, destaca-se uma divisão totalmente assimétrica, com todos os distritos do litoral a recuarem face ao período homólogo e, ao contrário, com todos os distritos do interior a registarem aumentos de novas empresas», lê-se no comunicado da Informa D&B. Assim, o nascimento de empresas nos distritos do interior representa 16 por cento do total do país e os maiores aumentos deram-se nos distritos de Bragança (32 por cento), Évora (24 por cento) e Beja (18 por cento). Seguiu-se Portalegre (+17 por cento), enquanto Vila Real, Castelo Branco e Viseu subiram cerca de 10 por cento. Já a Guarda ficou-se pelos 6 por cento.
Inversamente, as maiores variações verificaram-se em Lisboa, Setúbal e Porto, com -30, -28 e -22 por cento, respetivamente. Já em outubro nasceram 3.307 novas empresas em Portugal, menos 11 por cento face a setembro e de 22 por cento face a outubro de 2019. A D&B realça que a Covid-19 está «a mostrar desde março efeitos na ação empreendedora em Portugal, com a constituição de novas empresas a oscilar de acordo com a incidência da pandemia». Desde janeiro foram encerradas 12.719 empresas, menos 20 por cento que no período homólogo. De acordo com o Barómetro da Informa D&B, esta descida é transversal à quase totalidade dos sectores, com os serviços empresariais e o alojamento e restauração a apresentarem os maiores recuos face a setembro.
Já no que toca às insolvências, desde o início do ano registaram-se 1.953 novos processos, um aumento de 5,7 por cento face a igual período de 2019. As regiões de Lisboa e Porto apresentam os valores de insolvências mais elevados, com 881 (+7,8 por cento face a 2019) e 1.108 (+11,2 por cento), respetivamente. O distrito de Castelo Branco é aquele que regista o maior aumento face ao ano passado, com 41,7 por cento de insolvências desde janeiro. Pelo contrário, a Guarda, com -26,3 por cento, é um dos distritos onde o encerramento de empresas decresceu, seguido de Coimbra (-24,2) ou Viseu (-1,1).