Cultura

Tesouros da Gulbenkian para ver no Museu da Guarda

Escrito por Jornal O Interior

Exposição “Domínios do Olhar” está patente até 20 de maio e reúne obras de mestres da pintura portuguesa contemporânea, modernista e realista

O Museu da Guarda volta a ser lugar de deslumbramento com a exposição “Domínios do Olhar”, feita de pinturas e esculturas das coleções da Fundação Calouste Gulbenkian e de algumas obras do acervo da instituição da cidade mais alta.
A mostra «iguala em qualidade a altimetria da Guarda», equiparou João Medes Rosa na inauguração, na passada quinta-feira, acrescentando que ela procura também contribuir para «esbater barreiras» no campo da oferta cultural relativamente aos grandes centros. E não é para menos tendo em conta a presença de quadros de Almada Negreiros, Amadeu de Souza-Cardoso, Robert e Sara Delaunay, Nadir Afonso, Helena Almeida, Pedro Calapez, Júlio Resende e Vítor Pomar, entre outros pintores, e duas esculturas de Rui Chafes e Rui Sanches. Nas outras salas escondem-se alguns tesouros do Realismo e Naturalismo, dos séculos XVIII e XIX, que “dialogam” com pinturas da coleção do Museu da Guarda, de um período mais tardio, como Columbano Bordalo Pinheiro, José Ferreira Chaves, Carlos Reis ou Eduarda Lapa, entre outros.
A exposição termina com um núcleo de arte oriental, composta por duas estantes japonesas e uma pintura indiana saídas da coleção privada do próprio Gulbenkian. «Espero que as pessoas gostem e pensem que estão, não num museu local, mas num museu internacional», disse João Mendes Rosa, que é também curador desta mostra realizada no âmbito da iniciativa “Gulbenkian Itinerante”, que dá a conhecer as coleções da instituição lisboeta. O seu subdiretor, Nuno Vassalo e Silva, explicou que este projeto permite à Fundação ter «uma escala a nível nacional», sendo a Guarda a primeira paragem da segunda edição. «É a única que conta com obras da coleção privada de Calouste Gulbenkian, sendo a primeira vez que são mostradas em Portugal fora da Fundação», revelou o responsável. Por sua vez, Carlos Chaves Monteiro, presidente do município, considerou que esta exposição «faz corar de inveja muitos museus nacionais e alguns europeus».
Também esta quinta-feira foi inaugurada, na Galeria Evelina Coelho, no Paço da Cultura, a exposição de escultura intitulada “Uma árvore é uma escultura à espera de acontecer”, do artista plástico alemão Volker Schnüttgen. É uma proposta «muito telúrica» em que o escultor aborda a temática dos incêndios e do vazio que ficou depois das chamas devastarem as florestas. As duas mostras estão patentes até 20 de maio.

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