O Museu da Guarda volta a ser lugar de deslumbramento com a exposição “Domínios do Olhar”, feita de pinturas e esculturas das coleções da Fundação Calouste Gulbenkian e de algumas obras do acervo da instituição da cidade mais alta.
A mostra «iguala em qualidade a altimetria da Guarda», equiparou João Medes Rosa na inauguração, na passada quinta-feira, acrescentando que ela procura também contribuir para «esbater barreiras» no campo da oferta cultural relativamente aos grandes centros. E não é para menos tendo em conta a presença de quadros de Almada Negreiros, Amadeu de Souza-Cardoso, Robert e Sara Delaunay, Nadir Afonso, Helena Almeida, Pedro Calapez, Júlio Resende e Vítor Pomar, entre outros pintores, e duas esculturas de Rui Chafes e Rui Sanches. Nas outras salas escondem-se alguns tesouros do Realismo e Naturalismo, dos séculos XVIII e XIX, que “dialogam” com pinturas da coleção do Museu da Guarda, de um período mais tardio, como Columbano Bordalo Pinheiro, José Ferreira Chaves, Carlos Reis ou Eduarda Lapa, entre outros.
A exposição termina com um núcleo de arte oriental, composta por duas estantes japonesas e uma pintura indiana saídas da coleção privada do próprio Gulbenkian. «Espero que as pessoas gostem e pensem que estão, não num museu local, mas num museu internacional», disse João Mendes Rosa, que é também curador desta mostra realizada no âmbito da iniciativa “Gulbenkian Itinerante”, que dá a conhecer as coleções da instituição lisboeta. O seu subdiretor, Nuno Vassalo e Silva, explicou que este projeto permite à Fundação ter «uma escala a nível nacional», sendo a Guarda a primeira paragem da segunda edição. «É a única que conta com obras da coleção privada de Calouste Gulbenkian, sendo a primeira vez que são mostradas em Portugal fora da Fundação», revelou o responsável. Por sua vez, Carlos Chaves Monteiro, presidente do município, considerou que esta exposição «faz corar de inveja muitos museus nacionais e alguns europeus».
Também esta quinta-feira foi inaugurada, na Galeria Evelina Coelho, no Paço da Cultura, a exposição de escultura intitulada “Uma árvore é uma escultura à espera de acontecer”, do artista plástico alemão Volker Schnüttgen. É uma proposta «muito telúrica» em que o escultor aborda a temática dos incêndios e do vazio que ficou depois das chamas devastarem as florestas. As duas mostras estão patentes até 20 de maio.
Tesouros da Gulbenkian para ver no Museu da Guarda
Exposição “Domínios do Olhar” está patente até 20 de maio e reúne obras de mestres da pintura portuguesa contemporânea, modernista e realista