Cultura

Ovo de Colombo: Nat King Cole

Escrito por Jornal O Interior

Este grande ícone do jazz, cujo nome original é Nathaniel Adams Coles, nasceu em março de 1919 em Montgomery, no Alabama, no seio de uma família interessada pela música que lhe forneceu uma educação musical precoce, tanto a si como aos três irmãos, o que conduziu a que os quatro se lançassem numa carreira musical.
A sua formação em piano iniciou-se com os ensinamentos dedicados da sua mãe, que era organista numa igreja e lhe transmitiu desde muito pequeno o gosto pelo teclado. Apresentou a sua primeira performance para o público quando tinha apenas quatro anos, muito tempo antes de cumprir os doze, idade com a qual, já em Chicago, começou a ter aulas formais de música clássica e a estudar jazz e gospel. Alguns anos mais tarde, ainda adolescente, acaba por desistir da escola para se dedicar exclusivamente a ser pianista e a fazer música em conjunto com outros músicos em formações de sextetos, trios e bandas, e começa assim a abrir-se para si o caminho para o sucesso. Nesse período consegue emprego como pianista num clube noturno que o convida a formar um trio de jazz, assim nasce o famoso King Cole Trio, formado por Nat (ao piano), pelo contrabaixista Wesley Price e pelo guitarrista Oscar More. Era uma formação inovadora que marcou a história do jazz por dispensar a bateria, e que se tornou uma das mais apreciadas no universo deste género musical.
Foi neste contexto que começou a cantar algumas canções devido, segundo o que se diz na história popular, a pedidos do público. E hoje é conhecido em especial pela sua voz quente e aveludada, que envolve e acalma os ouvintes, e pelas as suas interpretações de uma tranquilidade e controlo invejáveis, nas quais transmite a mensagem de cada peça com um charme e uma naturalidade tais que se tornam irresistíveis para o público.
Gravou inúmeras canções, participou em filmes e em espetáculos da Broadway. Num país altamente desigual e, à época, dividido pela segregação, foi o primeiro homem negro a ter o seu programa de rádio com os King Cole Trio e também um dos primeiros a ser apresentador na televisão com o programa “The Nat ‘King’ Cole Show”. Apesar da sua enorme fama e popularidade entre o público, não deixou de ser vítima de racismo e de crimes de ódio perpetrados pelos supremacistas brancos e pelo Ku Klux Klan.
Infelizmente, faleceu cedo, aos 45 anos, devido a um avançado cancro do pulmão. O seu legado é incontornável na história do jazz.

Joana C. Pereira

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Jornal O Interior

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