O ensaísta e crítico literário João Bigotte Chorão, considerado um dos especialistas na obra de Camilo Castelo Branco, morreu no sábado em Lisboa aos 85 anos.
O funeral do ensaísta e pai do também crítico literário Pedro Mexia realiza-se na segunda-feira, em Lisboa, seguindo depois para a Lousã (Coimbra) onde haverá uma cerimónia reservada à família. Nascido na Guarda em 1933, João Bigotte Chorão formou-se em Direito e trabalhou na Editorial Verbo, na qual coordenou a publicação de várias enciclopédias, entre as quais “Enciclopédia do Século XXI” e “Enciclopédia Luso-Brasileira de Filosofia Logos”.
Fica conhecido sobretudo como ensaísta e autor de uma «crítica humanista ou ontológica, parte da obra para o homem, tantas vezes esquecido numa visão apenas formalista da literatura», descreveu a editora Quetzal, quando publicou “Além da literatura”. João Bigotte Chorão, estudioso de literatura autobiográfica, deixa vários ensaios sobre a obra de Camilo Castelo Branco. Foi membro da Academia das Ciências de Lisboa e do Instituto Luso-Brasileiro de Filosofia, tendo dirigido também o Círculo Eça de Queiroz.
Em 2008 foi distinguido com o Grande Prémio de Literatura Biográfica pela Associação Portuguesa de Escritores, pela obra “Diário quase completo”. Uma década depois, no seguimento de “Diário quase completo”, João Bigotte Chorão publicou, pela Imprensa Nacional, o volume diarístico “Diário 2000-2015”. Numa mensagem no site da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou a «incansável curiosidade e poderosa capacidade reflexiva» de Bigotte Chorão.