Cultura

“Imaginários de uma vida” para recordar Evelina Coelho no Museu da Guarda

Img 2259
Escrito por Sofia Pereira

Exposição patente até fevereiro reúne obras pintadas nos anos 60 até ao último quadro, inacabado, da pintora guardense falecida há dez anos

Foi inaugurada na quinta-feira a exposição “Imaginários de uma vida”, de Evelina Coelho, na galeria homónima do Museu da Guarda, que foi pequena demais para receber tantos amigos e apreciadores da pintora natural de Vila Fernando (Guarda), falecida há uma década.
Os três filhos, João, Pedro e José Fonseca, estiveram presentes e este último, o mais velho, afirmou a O INTERIOR que «mais do que as obras, o que marca as pessoas que privaram com a minha mãe era a sua personalidade, a forma como via o mundo que a rodeava, a sensibilidade que tinha. Isso refletia-se de forma perfeita na arte que produzia, não se consegue dissociar as suas obras da pessoa e sinto muito falta dela aqui neste momento porque dava outra vida à exposição». Já na sua intervenção, José Fonseca lembrou «a equipa» que faziam a mãe e o pai – que não esteve na inauguração devido a doença: «Era a mistura da artista com imaginação infindável com o incondicional homem das matemáticas e ciências exatas. Talvez por isso é que funcionavam tão bem juntos», admitiu.
A preparação de qualquer exposição era uma «azáfama» para a pintora, mas, na inauguração, Evelina Coelho «era um peixe dentro de água. Ela gostava de apreciar a sua arte nas galerias, como estamos a fazer agora, num sítio como este». Para os filhos, «há um misto de emoções», realçou José Fonseca, para quem «é um orgulho expor as obras da minha mãe e ver tanta gente e tantos amigos a apreciá-las. Na família há vários quadros, mas nesta galeria ganham outra vida, é muito diferente e dá-me uma emoção muito grande, pelo que não consigo deixar de pensar na minha mãe, nesta sala, a ver as obras e interagir com as pessoas». Há centenas de quadros de Evelina Coelho espalhados não só por Portugal, mas pelo mundo. «Estou sempre a encontrar pessoas que dizem que têm quadros da minha mãe. Essas obras estão onde devem estar, onde as pessoas as possam ver e apreciar», concluiu José Fonseca.
Já o presidente da Câmara da Guarda começou por desabafar que é um «sortudo» porque no seu gabinete há um «belíssimo quadro de Evelina Coelho e, por isso, lembro-me todos os dias dela». A par disto, Sérgio Costa sublinhou que «a Guarda está inteiramente grata» à pintora. Já Thierry Santos, curador da exposição, declarou que “Imaginários de uma vida” surge numa data importante porque «daqui a uns dias – 26 de novembro – faz 10 anos que a pintora nos deixou e, por isso, para nós é uma honra expor os quadros de Evelina Coelho». Com entrada gratuita, a mostra está patente na Galeria Evelina Coelho, no Museu da Guarda, até fevereiro do próximo ano e reúne obras «desde os anos 60 até ao último trabalho da artista, um quadro inacabado». É, portanto, uma «linha cronológica que nos permite ver a evolução da pintora», acrescentou Thierry Santos.

Sobre o autor

Sofia Pereira

Leave a Reply