Cultura

Grande exposição de Paula Rego no Museu do Côa

Rego
Escrito por Efigénia Marques

Mostra foi inaugurada nos 25 anos da inscrição dos Sítios de Arte Rupestre do Vale do Côa na lista do Património Mundial da UNESCO

“Paula Rego – Rotura e Continuidade” é o nome da exposição patente desde sábado no Museu do Côa. A mostra foi inaugurada nos 25 anos da inscrição dos Sítios de Arte Rupestre do Vale do Côa na lista do Património Mundial da UNESCO e ficará em Vila Nova de Foz Côa até 28 de julho de 2024.
«É uma prenda para o Museu do Côa, para o território do Vale do Côa e para o país», afirmou Aida Carvalho, realçando «a dimensão desta exposição de um nome maior da arte contemporânea mundial». A presidente da Fundação Côa Parque revelou que foi um projeto «muito ambicionado» pela equipa do museu e da fundação. A mostra reúne 80 quadros de Paula Rego (1935-2022) e tem três momentos em destaque até ao encerramento: a abertura ao público, realizada no sábado; a inauguração oficial no domingo e a apresentação do catálogo, que engloba todo o processo de montagem da exposição, em data a anunciar. Por sua vez, a curadora, Catarina Alfaro, responsável pela Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, explicou que esta exposição reúne um grande grupo de gravuras da artista, destacando a série de litografias “Jane Eyre” e o conjunto dedicado ao “Aborto”.
São obras de certa forma relacionadas como o propósito indutor do Museu do Côa e as gravuras rupestres do Vale do Côa, que aqui encontram um novo contexto, pela perenidade e ancestralidade das suas temáticas. Assim, é proposta aos visitantes uma abordagem diferente à obra da pintora, destacando períodos-chave da construção do seu universo figurativo, dando particular realce à obra gravada. “Paula Rego – Rotura e Continuidade” explora o universo das histórias da artista plástica de origem portuguesa, a sua relação com os contos tradicionais e de encantar, a presença das expressões literárias portuguesa e inglesa na sua obra, assim como o teatro e o cinema e a subversão com que o fez (como na série “Avestruzes Bailarinas do filme ‘Fantasia’ de Walt Disney”), em que a pesquisa figurativa pela via da fantasia e da imaginação ganha, na sua obra, uma importância maior.
Em 2023, o Museu do Côa e Parque Arqueológico do Vale do Côa bateram recordes de visitantes, superando, até setembro, números dos anos anteriores, com a soma de mais de 70 mil entradas, confirmando o museu como «epicentro da arte contemporânea» no interior do país. «No Parque Arqueológico tempos as primeiras manifestações artísticas que pretendemos conciliar com as nossas exposições temporárias, apostando sobretudo na arte moderna e contemporânea, criando aqui uma relação entre o passado e o presente», disse Aida Carvalho, citada pela agência Lusa.

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Efigénia Marques

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