Até 4 de outubro, o professor, artista plástico e escritor guardense Carlos Adaixo tem expostas no Museu da Guarda 82 obras criadas entre 2018 e 2023 que «resumem o trabalho desses cinco anos».
A exposição chama-se “Do Figurativo ao Abstrato” porque o autor tem «uma certa tendência de trabalhar do ponto de vista cromático» e conta até ficar no «dilema entre deixar-me ir e trabalhar essencialmente a cor, a forma, a luz, mas deixar ficar no papel algumas figuras». Das 82 obras expostas no museu guardense «algumas são mais insinuantes no sentido cromático, no sentido da luz e do caminho abstrato», destaca Carlos Adaixo. O pintor deixa o espectador «interpretar os quadros e criar uma história em torno da tela». Há várias obras sem título, tal como há muitas outras com um nome, exatamente para que as pessoas percebam a ideia que o autor pretendeu transmitir.
Carlos Adaixo confessa que «há muito que namorava a sala» que acolhe a mostra e que é a maior do Museu da Guarda, que tem acolhido as principais exposições temporárias da instituição. «É uma sala grande e aquela que terá maior disponibilidade para uma exposição com grandes dimensões. Deu-me muito gozo vê-la preenchida e vê-la com coisas minhas, obviamente», assume o pintor guardense. A sala de exposições temporárias permite «criar espaços e torná-los diferentes em função da vontade do artista», acrescenta. Num recanto da exposição, idealizado por Carlos Adaixo, estão expostas obras mais pequenas com materiais experimentais, mais precisamente «papel artesanal». A maior parte dos trabalhos são «sobre tela, com dimensões mais avantajadas, mas durante a pandemia trabalhei materiais alternativos e fiz algumas experiências em termos de cor, forma e efeitos».
As pequenas obras são encaradas como uma «descoberta» pelo artista, que trabalhou com a «expetativa de descobrir como iam funcionar os novos materiais» e diz ter ficado «surpreendido» com o resultado.