Cultura

Américo Rodrigues edita novo disco

Escrito por Efigénia Marques

“Acto de Falha” é o novo disco do guardense Américo Rodrigues, poeta sonoro, encenador e atual diretor-geral das Artes. Trata-se de um «registo de temas de poesia sonora que explora aspetos fonéticos e da linguagem, como composições e palavras, nalguns casos usando línguas imaginárias», refere o artista a O INTERIOR.
O disco tem dez temas e surge na sequência de um trabalho feito durante «muito tempo e que tinha sido interrompido por causa de questões profissionais», adianta Américo Rodrigues, que regressa agora «à criação poética, mais dedicado ao trabalho sonoro e vocal». Os seus trabalhos de poesia sonora surgem «daquilo a que chamam poesia experimental», com “Acto de Falha” a ver a luz do dia após um «trabalho antigo, de há mais de 30 anos, cujo último disco se chamava “Parlatório” e tinha sido gravado com a colaboração de reclusos do Estabelecimento Prisional da Guarda». A poesia sonora cruzou-se com Américo Rodrigues quando tinha «17 anos, agora tenho 63», recorda o também ator, que juntou à fonética a «preocupação com o som e, portanto, os meus temas juntam palavras em língua portuguesa com outras línguas imaginárias». O resultado é um «trabalho de relação entre o som, a música e a poesia».
Américo Rodrigues diz-se «um entusiasta» por este tipo de trabalho, para o qual olha com «muita curiosidade e como um participante ativo». Para além da opinião própria, aquilo que os críticos dizem também conta e nessa perspetiva Américo Rodrigues ouve de si mesmo que faz «um trabalho pioneiro» na área da poesia sonora. «Por toda a Europa e pelo mundo desenvolveu-se este tipo de abordagem poética, mas Portugal não teve cultores, ou não há registo de que tenha havido esta abordagem e, portanto, para mim, é um prazer voltar a editar um disco que reúne os temas mais recentes criados por mim nessa área», sublinha.
O disco “Acto de Falha” vai ser apresentado na próxima terça-feira, a partir das 18h30, no auditório da Casa Fernando Pessoa, em Lisboa.

Sobre o autor

Efigénia Marques

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