P – Foi eleito presidente da Associação Académica da Guarda (AAG). Porque decidiu candidatar-se?
R- Este projeto já vem de há alguns anos. Fui vice-presidente da última direção da AAG e, como tal, isso abriu muitos horizontes e permitiu formar-me enquanto dirigente, pessoa e estar atento às injustiças e realidades quer da região, quer do país. Foi isso que me levou a candidatar-me este ano para fortalecer ainda mais o projeto que temos em mente para este que será um ano também difícil. Mas os estudantes terão a Associação Académica como um elo de ajuda para o que se avizinha.
P – Quais as vertentes que terão mais a sua atenção e preocupação?
R – Devido ao ano atípico que atravessamos e iremos viver, as principais vertentes em que iremos focar-nos passam muito pela proximidade com a comunidade académica, com principal incidência na qualidade do ensino e a nível da ação social. Sabemos que na atual conjuntura há realidades que já estavam sinalizadas, mas que com a situação vigente se vão acentuar ainda mais. A nível económico, temos alguns colegas que já atravessavam dificuldades que agora se irão evidenciar mais e, como tal, a Associação Académica da Guarda estará sempre pronta para exigir a quem de direito que cumpra as suas obrigações para que nenhum estudante fique para trás e que o nosso Politécnico possa continuar a onda de crescimento e inovação que tem vindo a registar até aqui, para o bem da região e inevitavelmente da cidade.
P – De que forma a Associação Académica é importante para a vida estudantil?
R – A AAG é uma instituição muito importante, não só para os estudantes que representa, como também para o meio envolvente. É um órgão de apoio quer a nível social, cultural e desportivo e ajuda não só na integração dos estudantes, como a criar mais raízes com a cidade e com o Instituto Politécnico da Guarda (IPG). A Associação Académica da Guarda é uma entidade presente e que, acima de tudo, representará cada estudante, estando ao seu lado e acompanhando o seu percurso durante a sua vida académica.
P – Num período tão atípico como o que se vive no país, qual é o papel da AAG no que toca aos apoios para os estudantes?
R – A Associação Académica irá focar-se essencialmente na qualidade do ensino e a nível da Ação Social. Depois deste ano atípico acreditamos que serão essas as principais áreas em que os estudantes necessitarão de mais ajuda. E para isso a AAG dará todo o apoio. Ainda agora assistimos à alteração do método de apoio às estruturas estudantis, é uma asfixia financeira total da Secretaria de Estado às estruturas que apoiam os estudantes, ainda para mais num ano atípico como o atual seria fundamental que fossem tomadas medidas que apoiassem e não o contrário. E neste tempo em que as receitas próprias que conseguimos gerar foram muito diminutas, a AAG necessita de todo o apoio para que possamos prestar os melhores serviços aos estudantes. Temos também agora uma boa iniciativa que, eventualmente, está para concretizar no alojamento estudantil. Contudo, sabemos ainda que há muito trabalho a fazer e que ainda são muitos os nossos colegas que passam por muitas dificuldades económicas por terem de arranjar uma casa própria e pagar rendas altas.
P – Quais são as ambições para o mandato que inicia?
R- Temos muitas atividades que pretendemos organizar. Contudo, sabemos que algumas delas terão de ser alteradas, pelo menos na sua metodologia e realização. Temos atividades desportivas, de ação e qualidade social, apoio aos estudantes e formação pedagógica e formativa quer cultural e recreativa. Todas elas com a vertente online e outras presenciais. Por exemplo, em relação à cultura, criaremos uma agenda cultural online, em relação à Semana Cultural também teremos, porém dentro dos moldes que permitidos pela Direção-Geral da Saúde (DGS), tal como nas atividades recreativas. A nível da ação social teremos uma plataforma de voluntariado, organizaremos dádivas de sangue, recolha de bens essenciais criando contentores de recolha para que posteriormente estes sejam doados aos alunos do Instituto com mais necessidades. Faremos o acompanhamento de alunos com necessidades especiais, criaremos movimentos de sensibilização, seminários, trabalho em conjunto com os serviços de Ação Social, que será muito importante neste novo ano. Serão sempre atividades para aproximar os estudantes e lhes fornecer o maior apoio e diversidade para que possam ter uma vida académica ativa e próxima de toda a academia.
P – Qual acha que será a maior dificuldade que encontrará como presidente da AAG?
R- Se até aqui já era, com a atual conjetura a realização de algumas atividades será talvez a maior dificuldade. Mas não será por aí que a Associação Académica da Guarda não terá um papel de enorme importância na vida académica dos estudantes. Estaremos sempre próximos, organizaremos todo o tipo de atividades, mesmo com algumas dificuldades financeiras. Contudo, acreditamos que neste ano atípico o importante é que haja uma aproximação dos estudantes, nomeadamente dos novos alunos, com certas tradições e que estes se sintam mais acolhidos e garantir que os próximos que vierem a integrar o Politécnico possam também ser bem recebidos.
PEDRO LOPES
Recém-eleito presidente da direção da Associação Académica da Guarda
Idade: 23 anos
Naturalidade: Boticas
Currículo: Aluno da Licenciatura de Contabilidade no IPG; Presidente da Associação de Estudantes da Escola Dr. Júlio Martins (Chaves); Vice-presidente da AAG no ano letivo 2019/2020
Livro preferido: “Sinais de Fogo”, de Jorge de Sena
Filme preferido: “Contratiempo” de Oriol Paulo
Hobbies: Ler, voluntariado, fazer desporto e ouvir música