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Visitas encenadas à Sé da Guarda atraíram mais de 4.800 pessoas

“Passos à Volta da Memória” regressam ao centro histórico no próximo verão inspirados na presença judaica e nos amores da filha do Barbadão e do Mestre de Avis

Mais de 4.800 pessoas participaram nas visitas encenadas à Sé da Guarda, uma proposta alternativa para conhecer o “ex-libris” da cidade que decorreu entre junho e agosto.

O cicerone da segunda edição dos “Passos à Volta da Memória”, promovida pela Culturguarda e a autarquia, foi o “ilustre” e bem humorado cavaleiro Pedro Henrique Teles, que guiou os visitantes pela história e estórias deste monumento nacional, num périplo que incluiu uma subida à cúpula e em que também foram divulgados alguns segredos de uma das mais antigas, bonitas e imponentes catedrais de Portugal. No total, esta forma diferente e divertida de conhecer a Sé da Guarda atraiu 4.858 pessoas em 106 sessões. «São números que superaram as melhores expectativas da organização e que traduzem os rasgados elogios do público à atividade», declarou Américo Rodrigues, após a última visita, realizada a 31 de agosto. Em conferência de imprensa, o diretor do TMG e coordenador da iniciativa fez um balanço muito positivo, considerando que estas visitas deram «maior visibilidade à Sé Catedral».

Segundo os promotores, os participantes vieram de todo o país e do estrangeiro, a quem foi também distribuído o “Esboceto histórico-artístico da Sé Catedral da Guarda”, uma monografia do historiador de arte João Paulo Martins das Neves. As sessões foram encenadas por António Terrinha, com texto de Pedro Dias de Almeida. Os atores André Amélio e Miguel Moreira deram vida, alternadamente, a Pedro Henrique Teles, cavaleiro que está sepultado na Sé. Monumento mais visitado da cidade, a catedral é um templo de estilo gótico, cuja construção durou cerca de 150 anos, entre finais de século XIV até meados do século XVI. Devido ao sucesso das duas primeiras edições, os “Passos à Volta da Memória” regressam no próximo verão ao centro histórico inspirados na presença judaica na Guarda. A história de Inês Pires Esteves, filha do Barbadão que manteve uma relação amorosa com D. João I, Mestre de Avis, é o ponto de partida.

Américo Rodrigues revelou ainda que na calha para 2012 está a possibilidade de se realizarem caminhadas até ao emblemático Cabeço das Fráguas (Quinta de São Domingos), onde existe uma inscrição rupestre que conjuga o alfabeto latino e a chamada língua lusitana, falada na época pré-romana em praticamente todo o Ocidente hispânico. Esta proposta terminará com uma peça de teatro no sítio do antigo santuário que ali funcionou, a 1.020 metros de altitude, entre os finais do século VIII a.C. e o século I da nossa era. As visitas encenadas à Sé custaram cerca de 20 mil euros, comparticipados em 80 por cento pela União Europeia no âmbito do Projeto de Teatralização do Centro Histórico candidatado nas Parcerias para a Regeneração Urbana.

Luis Martins O cavaleiro Pedro soube cativar a atenção dos visitantes com as suas histórias

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