O auditório da Câmara da Guarda acolhe, hoje, um seminário subordinado ao tema da “Violência Doméstica – Formas de Violência e Estratégias de Intervenção”. Promovida pela Escola Superior de Educação da Guarda (ESEG), em parceria com o grupo territorial da GNR, a iniciativa pretende assinalar o Dia da Mulher, que hoje se celebra, com uma abordagem às formas de violência exercidas sobre mulheres, crianças e idosos, contribuindo ainda para dar a conhecer «os meios e as formas de intervenção» da GNR neste domínio, espera o major António Almeida, comandante interino do grupo territorial da GNR.
Nesta jornada estão presentes especialistas na matéria, nacionais e estrangeiros, nomeadamente a Guardia Civil espanhola, a APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, o Instituto Superior de Serviço Social da Universidade Lusíada de Lisboa, entre outros. Nomeadamente Albano Pereira, tenente-coronel responsável pela investigação criminal da GNR; Carlos Garrido, tenente da Guardia Civil Espanhola; Edmundo Martinho, presidente do Instituto da Segurança Social; e Elza Pais, presidente da Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres. O seminário é constituído por quatro painéis, sendo que o primeiro foca a investigação criminal da GNR, mas também da Guardia Civil, que, «nesta matéria está muito mais adiantada que nós», admitiu o oficial. O segundo e terceiro painel abordam a violência sobre as crianças e as mulheres, respectivamente, sendo que o quarto painel debate os “Maus-tratos e abusos de idosos”. Sobre a actual situação no distrito, António Almeida disse que o número de denúncias tem vindo a aumentar, rondando a «centena e meia por ano, nos últimos dois anos», com especial incidência nos concelhos de Seia e Gouveia.
Para o comandante interino, «no final do ano talvez seja possível avaliar se estes dados são, ou não, preocupantes». A GNR dispõe de um Núcleo de Apoio e Informação à Vítima, o “Núcleo Mulher Menor”, que conta três anos de actividade. Por sua vez, Joaquim Brigas, director da ESEG, realçou a importância desta temática, afirmando a intenção de a inserir «na formação de futuros professores e educadores», pois pode ajudar a uma detecção mais rápida dessas situações. «Os estabelecimentos de ensino são locais onde esse tipo de violência pode ser detectado pelo comportamento das crianças e, se os futuros professores tiverem essa sensibilidade, detectam mais facilmente essas situações», acrescentou António Almeida.