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Victor Afonso nomeado programador do TMG

Fadista Gisela João atua no Grande Auditório a 29 de março e é o destaque da programação do primeiro trimestre

A atuação da fadista Gisela João a 29 de março é o destaque musical da programação do primeiro trimestre do Teatro Municipal da Guarda (TMG), dada a conhecer na última sexta-feira. Na conferência de imprensa, a primeira desde que o presidente do município demitiu Américo Rodrigues da direção do TMG em novembro do ano passado, os jornalistas ficaram a saber também que Victor Afonso foi nomeado programador do equipamento cultural.

O até aqui coordenador do Serviço Educativo do TMG vai agora acumular com as funções de programador, sendo coadjuvado pela assistente de programação, Sílvia Fernandes. O vereador da Cultura na Câmara da Guarda explicou que a nova equipa responsável pela programação «não é mais do que aquela que já estava no TMG» e que «a única alteração que houve foi, na ausência de um diretor artístico», a nomeação de «uma pessoa com responsabilidade na programação» que é «neste momento o rosto da continuidade do trabalho». Vítor Amaral garantiu ainda que, «para já, é esta a metodologia de trabalho adotada» e que «vai ser assim até haver uma decisão» do Tribunal de Contas sobre a eventual fusão das duas empresas municipais. O autarca realçou também que o TMG é «um instrumento de aplicação de políticas culturais», sendo que a programação para o primeiro trimestre deste ano «reflete muito ainda daquilo que foram orientações de conteúdo da direção artística» anterior. A equipa que trabalhou na programação viu-se confrontada com «uma maior racionalização de recursos face ao quadro que naturalmente todos conhecem», embora se esteja «a dar continuidade a um trabalho que tem como objetivo chegar a um maior número de pessoas na diversidade de propostas e respeitando a qualidade que o TMG naturalmente tem que manter».

Vítor Amaral assegurou que «continua a haver uma aposta na qualidade e na diversidade da oferta cultural e artística», até porque o TMG «continua a ser uma infraestrutura fundamental e importante na dinâmica cultural da cidade». O vereador indicou que foi transmitida à nova equipa responsável pela programação a «preocupação» de que o TMG «deve procurar manter uma linha condutora de qualidade, não se descaracterizar», mas com a «obrigação de todos de conseguirmos alcançar um maior alargamento de captação de públicos». O autarca revelou que a atual programação reflete uma redução «entre os 30 a 35 por cento», asseverando que «não houve de longe nenhuma ingerência política seja no que for» que tivesse levado à retirada de alguns pontos da programação que estaria prevista.

Por seu turno, Victor Afonso frisou que houve um «período muito exíguo para conseguir esta programação», sendo que «grande parte» da mesma «é decorrente ainda da linha de programação do anterior diretor», até porque «não havia sequer tempo para fazer uma programação de raiz completamente nova». Algumas propostas do anterior diretor foram retiradas «por questões estritamente financeiras», tendo havido também «uma considerável redução do número de atividades mantendo, na medida do possível, a qualidade e a diversidade». Quanto ao convite para assumir a função de programador do TMG, o novo responsável encarou-o com «toda a naturalidade». De resto, Victor Afonso não encara esta situação como «uma promoção», mas antes como «o dever que considerei ser necessário cumprir na justa medida das minhas funções de técnico superior de cultura».

A nível musical, o «grande destaque do trimestre» é Gisela João, «a grande fadista do momento em Portugal», que atua no Grande Auditório a 29 de março. Os UHF também vão atuar no mesmo palco, a 28 de fevereiro, num espetáculo organizado pelo Guarda Unida Desportiva, com o apoio do TMG e da autarquia. No teatro, o TMG promove, entre outros, os espetáculos “Eles tapam o rosto com máscaras de lata ou de madeira”, pela Este – Estação Teatral, a 1 de fevereiro, e “Siameses”, pelos Gambozinos e Peobardos – Grupo de Teatro da Vela, a 13 e 14 de março. Nas artes plásticas, destaque para a exposição “O Padrão dos Encobrimentos”, de Mário Vitória, que estará patente de 1 de fevereiro a 30 de março na galeria de arte.

Ricardo Cordeiro Victor Afonso, à direita, encarou o convite «com «toda a naturalidade» e não o vê como como «uma promoção»

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