As confecções Vesticon, no Tortosendo (Covilhã), vão encerrar e deixar 95 trabalhadores no desemprego, adianta Luís Garra, do Sindicato Têxtil da Beira Baixa (STBB), que pede «uma investigação séria» à empresa.
Dá-se, assim,um retrocesso no processo de insolvência da fábrica de confecções, iniciado em Março e com plano de insolvência aprovado em Agosto do ano passado. O plano previa a venda de 75 por cento do capital social da empresa a um grupo inglês e o consequente pagamento de dívidas aos credores, mas os investidores não apareceram. Segundo Luís Garra, a administração da empresa comunicou no mês passado que não tinha condições para pagar salários e o 13º mês, anunciando que vai avançar, de novo, «com um processo de insolvência». «Aos trabalhadores resta avançar com a suspensão ou rescisão dos contratos», considera o sindicalista. A Vesticon beneficiou durante 18 meses do pagamento de 50 por cento dos salários por parte da Segurança Social, período após o qual os salários começaram a atrasar-se e a que se seguiu um primeiro processo de insolvência, em Março. Foi então apresentada uma proposta de reforço de capital com um sócio inglês «que nunca apareceu», recorda Luís Garra, ao mesmo tempo que «o administrador principal se nomeava a ele próprio como administrador único, que depois abandona a empresa». «Este processo justificava só por si uma investigação muito séria», sublinhou. No entender do sindicalista, a Segurança Social deveria desencadear uma averiguação do que se passou na gestão da Vesticon.