Numa tarde muito ventosa, os “leões da serra” alcançaram uma vitória folgada na recepção ao Eléctrico de Ponte de Sôr, embora os dois últimos golos tenham sido marcados nos 10 minutos finais. No entanto, foram muitas e flagrantes as oportunidades desperdiçadas pelo líder da série C da IIª Divisão, que poderia ter alcançado a tranquilidade muito mais cedo.
A jogar a favor do vento na primeira parte, o Covilhã criou a primeira oportunidade de golo aos 13’, com André a atirar por cima após bom cruzamento de Pombo. Sempre a mandar na partida, o primeiro golo surgiu de forma natural. Após um pontapé de canto, Ankyofna aproveitou um ressalto à entrada da área para, depois de driblar um adversário, atirar em arco à parte interior do poste esquerdo da baliza contrária, apontando um golo de belo efeito. Na segunda parte, os visitantes entraram mais ofensivos para tirar partido do vento, enquanto o Covilhã apostou no contra-ataque. Foi numa destas jogadas que Paulo Campos poderia ter dilatado a vantagem aos 54’, após excelente abertura de Gomes. Só que, depois de fintar o guarda-redes, demorou muito tempo a atirar para a baliza deserta, sendo desarmado por um adversário. Aos 63’, os adeptos presentes no Complexo Desportivo da Covilhã quase gelaram, pois o Eléctrico quase marcou, valendo a boa intervenção de Igor Araújo num remate de Rodrigo.
No minuto seguinte, em nova jogada de contra-ataque, Gomes poderia ter feito o 2-0, mas o seu remate embateu nas pernas de um defesa contrário. Rui França fez então entrar Bruno Nogueira, que imprimiu mais velocidade ao ataque serrano. Foi o pequeno extremo que, aos 76’, ofereceu de “bandeja” o segundo golo a Paulo Vaz, mas este falhou escandalosamente perante a baliza completamente escancarada. O golo da tranquilidade chegou aos 80’, por Edgar, que foi ao ataque finalizar à “matador” o cruzamento/remate de André. Cinco minutos depois, Paulo Campos voltou a desperdiçar nova oportunidade na sequência de mais uma arrancada de Bruno Nogueira. E quando toda a gente ansiava pelo apito final, o Covilhã beneficiou de um livre à entrada da área. Paulo Vaz pediu para marcar e converteu em golo, virando-se depois para as bancadas a mandar calar os adeptos que tanto o tinham vaiado naquela perdida clamorosa aos 76’. O árbitro portuense Pedro Barbosa exagerou na amostragem de cartões amarelos, 11 ao todo.
No final, Rui França salientou a importância de ganhar o jogo, «de luta e paciência», frisando que «ao contrário do que as pessoas pensam, é muito mais fácil jogar contra o vento do que a favor, já que a bola corria demasiado».
Ricardo Cordeiro