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Valente irredutível na proposta aos trabalhadores do Hotel Turismo

Câmara da Guarda não vai recuar na indemnização de um mês por ano de trabalho para os funcionários

A Câmara da Guarda não deverá recuar na proposta de pagar apenas um mês de salário por cada ano de trabalho, valor definido por lei, aos trabalhadores do Hotel Turismo que estão a ser alvo de um despedimento colectivo. Este foi um dos assuntos que motivaram troca de palavras entre a maioria e a oposição na reunião do executivo, realizada na última segunda-feira.

Recorde-se que, na semana passada, o presidente da direcção regional do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro, assumiu que os representantes dos funcionários tinham mostrado o seu «descontentamento» pela proposta da autarquia. António Baião indicou que os trabalhadores tinham mandatado uma comissão que reuniu com a advogada da autarquia «para fazer chegar junto do presidente da Câmara a afirmação de que não compreendem a forma como está a ser decidido o pagamento da indemnização apenas de um mês por cada ano de trabalho», reclamando mês e meio. No entanto, questionado no início dos trabalhos por Ana Fonseca, única vereadora da oposição presente na sessão, sobre o «descontentamento dos trabalhadores» com a proposta, o presidente do município afirmou não ter notado «qualquer tipo de insatisfação» por parte dos funcionários. «O processo está a desenrolar-se com toda a naturalidade, clareza, proximidade e de acordo com a lei», reforçou.

No fim dos trabalhos, Joaquim Valente considerou «legítimo que os sindicatos sejam reivindicativos», no sentido de «defender os direitos» dos trabalhadores. O autarca reconhece que «era mais vantajoso para os funcionários receberem mês e meio ou dois meses, mas eles também sabem que estamos a fazer um esforço de acompanhamento e que nunca os deixaremos no sentido de que consigamos o melhor para eles». Questionado se a Câmara não vai abdicar da proposta de um mês de indemnização por ano de trabalho, o edil respondeu que está «convicto de que vai ficar assim». Pelo lado do PSD, Ana Fonseca revelou preocupação com a «salvaguarda dos interesses dos funcionários», sendo que, «numa primeira fase, e dentro de um discurso de alguma superficialidade», foi dito que os trabalhadores «teriam os seus postos de trabalho senão garantidos, pelo menos acautelados, e agora vemos que não será bem assim». A vereadora da oposição realça que «há, por parte dos funcionários, não propriamente esse clima de satisfação que o presidente da Câmara transmite, mas de alguma preocupação e de algumas inquietações relativamente ao futuro».

Um dos assuntos que fez parte da ordem de trabalhos da reunião foi a transmissão do complexo desportivo das piscinas municipais para a empresa municipal Guarda, Cidade Desporto. Joaquim Valente explicou que se trata do «culminar do processo» que visa «requalificar também as piscinas e dotá-las de um modelo de gestão eficaz». «Já o tem neste momento mas com a ampliação e com as obras que vão ser feitas vai ter muito mais movimento e para isso as empresas têm de estar adequadas e disponíveis para prestar um bom serviço e que seja importante para manter a sustentabilidade financeira dos equipamentos», indica. O autarca frisou que, «para se fazer a incorporação das piscinas na empresa municipal mandam as regras e a legislação que o prédio seja avaliado e integrado no património da empresa municipal de desporto através de um aumento do capital social». Neste sentido, o capital social da empresa era de 50 mil euros, sendo agora acrescido do valor a que foram avaliadas as piscinas, que ronda os sete milhões de euros. Foi ainda aprovado um pedido de isenção de taxas nas obras de ampliação das instalações da fábrica da Dura Automotive, sediada em Vila Cortês do Mondego.

Ricardo Cordeiro Presidente do município afirmou não ter notado «qualquer tipo de insatisfação por parte dos funcionários»

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