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UNACOBI à espera de Figueira de Castelo Rodrigo

Criação da empresa que vai gerir as adegas da Covilhã, Figueira de Castelo Rodrigo e Vila Franca das Naves está dependente da decisão dos sócios da cooperativa figueirense

Vila Franca das Naves aceitou, no último domingo, a proposta da União das Adegas Cooperativas da Beira Interior (UNACOBI) para a criação de uma sociedade anónima. Os associados votaram favoravelmente esta solução em Assembleia-Geral, juntando-se à Covilhã, a primeira a declarar a sua posição. Falta agora conhecer a resposta de Figueira de Castelo Rodrigo para que se oficialize a empresa que, à margem da União, dirigirá os três cooperativas. Mas a votação não será para breve.

À demora justificada pelas férias soma-se o pedido de informações adicionais por parte de alguns dos maiores associados. Por causa disso, a Assembleia-Geral não será convocada até que estes sócios tomem posição. Certo é que já não será este mês. Assim sendo, «o projecto está condicionado», confirma António Bidarra Andrade, presidente da UNACOBI: «Se não tivermos resposta favorável das três adegas não podemos andar com a empresa, e nem se pode falar nela se Figueira não avançar», acrescenta. José Nunes, director da Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo, explicou que o assunto foi abordado na última Assembleia-Geral, mas alguns dos sócios com maior representatividade exigiram informações detalhadas relativamente ao teor do projecto. Segundo este dirigente, «há produtores que desconfiam da sustentabilidade da empresa». José Nunes aguarda «o retorno das informações que esses associados solicitaram», de forma a convocar uma a reunião decisiva, sem ter, para já, um prognóstico quanto ao veredicto. Facto é que as opiniões se dividem.

Bidarra Andrade minimiza os receios dos sócios da adega de Figueira de Castelo Rodrigo, defendendo que se trata de «um projecto ambicioso, mas sustentado, elaborado segundo elevados padrões técnico-científicos, tendo em conta os vários aspectos vitivinícolas da região». As vantagens na criação desta empresa são vincadas pelo presidente da UNACOBI, que apresenta a profissionalização da gestão como alternativa às regras cooperativistas que regem cada adega. «Isto para podermos jogar com as mesmas armas das empresas profissionais, de forma responsável», adianta. A nova empresa, que começará com um capital social de 1,1 milhões de euros, espera melhorar aspectos como a «escala, competitividade e produtividade». Em Março, Bidarra Andrade acenava com «uma situação calamitosa e sem solução se persistirmos nesta organização». Nesse sentido, considera que «era desejável que tudo andasse o mais depressa possível», para que os vinhos da região não sejam «ilustres desconhecidos».

Recorde-se que o projecto foi apresentado em Março, e apontava para 1 de Junho como «data limite» para que a empresa iniciasse a sua actividade. Desta forma, é uma incógnita o que pode ainda ser feito, caso Figueira de Castelo Rodrigo avance. De foram ficam, por opção própria, as adegas do Fundão e Pinhel. Nada que detenha Bidarra Andrade: «O volume produtivo da Beira Interior justifica um salto e o reconhecimento nacionais. É fundamental que tenhamos à frente uma empresa que nos projecte para a dimensão a que temos direito», argumenta. Em Figueira de Castelo Rodrigo, onde o plano de negócios da empresa foi apresentado, José Nunes diz que tudo está a ser conduzido «com bom senso, cuidado e respeito pelos associados».

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