Cerca de 100 pessoas marcaram presença na cerimónia de homenagem a Raúl Saraiva, promovida pelo Rotary Club da Guarda no último sábado no Hotel Turismo. O médico, natural do concelho de Trancoso, agradeceu aos presentes por terem estado num almoço que constitui um «momento único» na sua vivência de 69 anos.
Num discurso improvisado, o homenageado disse também estar a viver um «dia especial», agradecendo aos rotários pela homenagem. Ainda assim, não escondeu que «até certa altura» se manteve «reticente» em aceitar o convite para ser ele o homenageado pelo Rotary. Raúl Saraiva sublinhou que, ao longo de quatro décadas na Guarda, procurou «colocar a cidade num caminho de modernidade», preferindo não falar de si por ser «extremamente ingrato fazê-lo». Até porque, como diz o ditado, «nunca fomos bons juízes em causa própria», ironizou. Sempre com algumas “tiradas” características do seu bom-humor, o homenageado foi brindado com uma estrondosa salva de palmas. Mas antes, não faltaram os elogios e as referências ao facto de tratar os seus pacientes e amigos por “meu filho”. Estórias e episódios curiosos também foram muitos, como aquele relatado por José Relva, que apresentou o homenageado.
Numa altura em que «andava com problemas com o serviço militar», o conhecido notário da cidade, que ficou órfão aos seis anos, foi informado em Pinhel que o “Dr. Raúl” o poderia ajudar a resolver o problema e quando o conheceu ganhou um «novo pai em menos de dois minutos», recordando o momento em que o homenageado lhe disse «ó filho!». Salientando a importância de uma homenagem «feita em vida», José Relva classificou Raúl Saraiva como um «distinto médico e um homem bom». Já Madeira Grilo lamentou que mais pessoas não tivessem marcado presença no almoço: «Tu merecias a homenagem de uma cidade inteira. É uma falha da nossa terra», afirmou o actual presidente da Federação de Bombeiros do Distrito da Guarda. Também o advogado José Igreja teceu rasgados elogios a «alguém especial e sempre disponível, tanto para quem tivesse dinheiro, como para os pobres».
Ricardo Cordeiro