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“China ultrapassa EUA na exportação de tecnologias da informação” (O Público, 13 de Dezembro). No gráfico do artigo a linha representativa das exportações chinesas, contrariamente às linhas europeias e americana, está quase a pique, o que significa que a tendência se acentua. Significa isto também que as exportações chinesas se não limitam, como muitos pensam, a produtos de baixa tecnologia e baixo preço.

“Trabalhadores Alemães aceitam reduções salariais e perda do 13º mês para salvar empregos” (vários). Parece que os alemães perceberam o perigo que vem do Oriente e aceitaram uma das regras da globalização: a nivelação dos preços e salários será sempre feita para baixo, pelo menos até se atingir um equilíbrio entre os elevados salários alemães e os baixos salários chineses.

“Trabalhadores da Auto-Europa exigem aumentos salariais” (vários). Não há nada que se não consiga com uma boa luta, nem que seja o desemprego. Também terão razão os que pensam que há que aproveitar enquanto é tempo.

“A multinacional norte-americana Delphi fecha fábrica em Portugal” (dos jornais). Por enquanto não se mostram ameaçados os postos de trabalho da fábrica da Guarda. Será que ainda vamos ver a esquerda a desfilar na rua com cartazes impressos com “americans don´t go home”?

“Jerónimo de Sousa exige aplicação de cláusulas de salvaguarda para salvar os têxteis portugueses” (das televisões). Parabéns pelas boas intenções e os meus sinceros votos de boa sorte. Aconselho no entanto o senhor candidato a mostrar melhor ao país o seu plano, o que pensa dos possíveis efeitos das medidas preconizadas e da duração dos mesmos. Na prática, se essas medidas fossem aplicadas (e a decisão não parte só de Portugal) os têxteis portugueses não seriam salvos sem importantes reduções salariais, a médio ou longo prazo, e recordo que nessa indústria o salário médio é já próximo do mínimo nacional.

“Pergunta: Quem liderou os Lusitanos na luta contra os invasores romanos? Resposta: D. Afonso Henriques” (de um concurso televisivo). “Pergunta: Qual é o maior país da América do Sul? Resposta: Argentina? Chile?” (do mesmo concurso televisivo). Estas perguntas foram feitas a pessoas que é suposto terem uma cultura geral acima da média. É claro que ainda poderia a senhora vir a dizer que foi Viriato quem descobriu o Brasil, tivesse ela a oportunidade e os meios de corrigir criativamente os seus erros.

“Os portugueses arriscam-se a ser uma minoria no seu próprio país, se não for limitada a imigração” (Cavaco Silva, num debate de candidatos à presidência). E tem toda a razão, ao menos no cenário montado na sua presidenciável cabeça: basta sermos invadidos por mais de dez milhões de imigrantes, o que é mais do que provável acontecer, tantos os empregos criados em Portugal e tamanha a euforia previsível com a eleição do ilustre professor. Ai.

E assim vai o Mundo.

Por: António Ferreira

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