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UBI na “corrida” às energias renováveis

Departamento de investigação com três projectos de aproveitamento dos resíduos florestais e uma aeronave não tripulada para vigiar as florestas

O departamento de investigação da Universidade da Beira Interior (UBI) pretende desenvolver, a partir do próximo ano, três projectos de energias renováveis através do aproveitamento dos resíduos florestais e ainda um sistema aéreo de vigilância florestal e detecção de fogos.

Os projectos serão candidatados em Fevereiro aos apoios do Fundo Florestal Permanente de forma a encontrarem as verbas necessárias para a sua investigação. Por ora, contam com o apoio da Câmara da Covilhã, que já manifestou a vontade de colaborar com os serviços florestais da região e os departamentos da UBI envolvidos nas pesquisas. Os protocolos de colaboração estão elaborados e prontos a serem assinados pelas duas instituições. Ao todo, são três os departamentos que vão estar empenhados em desenvolver investigação para aproveitamento das fibras florestais e protecção da floresta. O departamento de Engenharia Electromecânica fica encarregue dos projectos “Incorporação de Fibras Florestais em Materiais de Construção Civil”, nomeadamente no aproveitamento energético da biomassa florestal e na inclusão destas fibras em materiais de construção civil. O projecto está a cargo dos professores Pedro Dinho e Luís Pires. Já Francisco Brójo, outro docente deste departamento, vai encarregar-se da aplicação do motor Stirling à biomassa. O objectivo é potenciar o funcionamento de motores adaptados a um “combustível verde” e pouco poluente.

Por sua vez, o departamento de Ciências e Tecnologias do Papel aproveitará também os resíduos florestais e da limpeza das matas para a produção de biocombustíveis (com origem em culturas energéticas ou resíduos naturais). Para o sucesso destes projectos, a autarquia covilhanense está já a pensar num protocolo com a Associação dos Produtores Florestais do Paúl para que cedam os resíduos necessários à investigação. Noutro campo, mas também vocacionado para a protecção da floresta contra os fogos, o departamento de Ciências Aeroespaciais está a desenvolver uma aeronave não tripulada de observação. Este núcleo da UBI já possui “know-how” sobre o assunto, visto que está a desenvolver desde 2002 o SkyGu@rdian, em parceria com o Politécnico de Leiria e a empresa Plasdan. Estes UAV – Unmanned Air Vehicle pretendem substituir aeronaves de porte maior e mais caras, devido aos custos de manutenção e de combustível, para além da necessidade de um piloto experiente. O SkyGu@rdian poderá ser a solução para reduzir os custos da protecção civil na vigilância das florestas e na detecção dos fogos.

Liliana Correia

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