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Jerónimo de Sousa «descansado» quanto à maternidade da Guarda

Candidato do PCP à Presidência da República diz que hospitais são estruturantes para combater as assimetrias regionais

Jerónimo de Sousa disse, na Guarda, que um hospital é um «elemento estruturante e fundamental» para combater as assimetrias regionais, pelo que a manutenção da maternidade tem uma «importância estratégica» no combate à desertificação do interior, contribuindo mesmo para a fixação dos casais jovens.

De visita ao Hospital Sousa Martins na última sexta-feira, o candidato do PCP à Presidência da República sublinhou que é preciso defender o Serviço Nacional de Saúde. «O direito à saúde é um direito universal, não é um favor do Estado nem de ninguém», afirmou, lembrando que, antigamente, os sanatórios – caso da unidade da Guarda – tinham instalações para pobres e para ricos. «É uma imagem que espero que não se repita em Portugal», acrescentou, manifestando-se contra a «ideia neo-liberal» de que «quem quer saúde, tem que a pagar». Jerónimo de Sousa criticou ainda a «linha privatizadora» posta em prática nas últimas duas décadas neste sector, mas também o aumento dos encargos com as comparticipações dos medicamentos. «Saber que há 2,4 milhões de portugueses sem médico e que o Governo considera haver trabalhadores a mais nesta área, são motivos para afirmar bem alto que é preciso cumprir e fazer cumprir a Constituição», considerou.

O candidato disse-se mesmo «descansado» em relação ao futuro da maternidade, invocando informações recolhidas pelo seu grupo parlamentar. «Não era compreensível que uma mulher ou uma mãe de Foz Côa, que tivesse numa situação dramática, tivesse que fazer 180 quilómetros para a Covilhã», exemplificou. Por outro lado, admitiu que o fecho daquele serviço não seria admissível face a investimentos recentes, à contratação de pessoal e a uma modernização «muito grande» na área dos partos. «A não ser que este país já esteja perdido e ande a investir para depois fechar», ressalvou com ironia, destacando, contudo, a «importância estratégica» que tem a maternidade na Guarda. «A sua existência é um factor determinante para a fixação dos mais jovens», garantiu, mostrando-se algo «céptico» quanto ao projecto de requalificação do hospital.

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