O passado 27 de novembro não foi apenas de festa para a Guarda, também Ana Cruz e Rogério Rodrigues tiveram nesse dia a maior alegria das suas vidas. Foram pais das trigémeas Tatiana, Beatriz e Vitória. Podia ter sido mera coincidência, mas foram os pais que fizeram questão que as suas bebés nascessem no Dia da Cidade. «Era para nascerem às 33 semanas, mas como mais um dia implicava ser no feriado da Guarda eu pedi para esperarem», explicou a jovem mãe.
A Guarda foi a cidade onde cresceu, estudou e sempre viveu, daí ter feito tanta questão no dia do nascimento das filhas. Contudo, só falhou a “cereja no topo do bolo”, pois o parto não se pôde realizar no Hospital da Guarda. Por serem três bebés, a gravidez de Ana Cruz foi considerada de risco e foi dito ao casal que «não era uma gravidez para ser acompanhada na Guarda». Perante esta inevitabilidade, a parturiente não hesitou e aceitou ser transferida para a Maternidade Bissaya Barreto, em Coimbra: «Em primeiro lugar a segurança das bebés», justifica, lamentando que este percalço tenha inviabilizado o grande desejo do casal. Ana Cruz foi internada em Coimbra às 28 semanas para fazer maturação pulmonar e ali acabou por ficar 37 dias: «Nem os médicos esperavam que a gravidez fosse tão longa», recorda, pois já era certo que os bebés seriam prematuros.
Embora sejam três e tivessem nascido antes do tempo normal de gestação, as crianças estão bem, nasceram sem qualquer complicação. Tatiana, Beatriz e Vitória já estão na Guarda, internadas na maternidade apenas por questões de peso. A mãe está ansiosa para as levar para casa, mas sabe que «não vai ser fácil». O trabalho e as despesas triplicaram e a primeira adaptação foi feita ainda antes das bebés nascerem, pois Ana e Rogério foram obrigados a mudar de carro. «Tivemos que optar por uma carrinha, uma vez que os três “ovinhos” não iam caber num carro normal», brinca. Daqui para a frente haverá mais mudanças e Ana já dá como certa a ideia de que «nunca vou poder andar sozinha com elas». Na sua cabeça já está tudo organizado e mais para a frente comprará um carrinho duplo e outro individual. Tudo o resto, «vamos aprendendo aos poucos, são três, é tudo a triplicar e não temos experiência, mas tudo se consegue», acredita Ana.
Por enquanto, os pais têm outra tarefa em mãos, que é aprender a identificar as meninas. «Duas são muito parecidas, são loirinhas, outra é morena e é mais fácil distingui-la», adianta a mãe, que confessa ter tido «um choque» quando soube que eram três bebés. Inicialmente, os médicos tinham-lhe dito que eram dois, mas como esta era uma gravidez «muito desejada» logo se habituou à ideia. Enquanto as meninas estão na maternidade, Ana e Rogério vão até ao Sousa Martins diariamente, onde «um sorriso delas faz esquecer tudo o resto», garante a mãe com um brilho nos olhos. Ana Cruz não poupa elogios à equipa que a tem acompanhado na maternidade do Hospital da Guarda, dizendo que «têm sido incansáveis e o acompanhamento tem sido excelente», o que lhe dá «segurança». Como «as despesas vão ser muitas e criar três filhos não é fácil», o casal já fez chegar um requerimento ao presidente da Câmara Municipal na expetativa de conseguir algum apoio. Afinal, não é todos os dias que a cidade ganha três novas munícipes e muito menos habitual será nascerem no dia em que a Guarda celebra a sua fundação.
Ana Eugénia Inácio
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