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Três nomes e uma deplorável Comissão

Bilhete Postal

O que se passou na banca e no sistema financeiro, e sobretudo na Caixa Geral de Depósitos durante vários anos, foi um regabofe onde um dos auditores seria premiado com uma nomeação para o Banco Europeu.

Já li entrevistas de Vítor Constâncio e de Carlos Costa e já li depoimentos de Jardim Gonçalves e de Ricardo Espírito Santo. O mais brutal ataque à Caixa e sua gestão é feito por Jardim Gonçalves a propósito dos dinheiros dados para a compra do BCP, sendo algumas fortunas sem qualquer garantia financeira credível, sobretudo aos olhos de uma dona de casa. Não precisávamos de um Vara na Caixa para perceber que estávamos em derrapagem constante. De tudo aquilo sobram coleções de arte para Berardo, que nunca as pagou, sobrava a Comporta de um Bataglia que nunca deu um tostão, fica a certeza que Ricardo Espírito Santo levou mais de três mil milhões para “offshores”.

Em 2016, a troco de uma jogatana política de corredor, de uma lavagem da vergonhas socialistas, nomearam um descurriculado socialista Carlos Pereira, um parlamentar comunista Miguel Tiago e um bloquista Moisés Ferreira para redigir um inquérito à necessidade de injetar cinco mil milhões para salvar a CGD. Esta figura do pior socialismo que há memória deu o corpo à encomenda e avança com um relatório que só por manifesta encenação palaciana não passou. Fico com a quase certeza que João Galamba não quis assinar por baixo esta farsa. Assim o relatório vergonhoso de Carlos Pereira não passou e surge uma espécie de manifesto bloquista redigido por Moisés Ferreira onde se colocam muitos dedos nas feridas.

Não há uma chaga, há uma Caixa esburacada por gestão criminosa e danosa onde se quer injetar cinco mil milhões sem ter confiscado os milhares de milhões de quem anda a monte. Carlos Pereira ficará para a história desonrado e sem a virtude do republicanismo em que acredito. A verdade vem sempre da luz, da transparência e não da manigância e da ocultação. Carlos Pereira não teve acesso a documentos e não entrevistou quem precisava (disse e eu li no “Expresso” de 22/7), não tendo informação não tinha suspeita porque é um néscio, não tendo documentos não procurou mais, mas concluiu porque era essa a sua incumbência. Carlos Pereira oferece mais incredibilidade a uma Nação sucumbida e ajoelhada.

Por: Diogo Cabrita

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