Arquivo

Trancoso vai integrar rede de campos de batalhas portuguesas

Projeto de valorização destes locais para atrair visitantes envolve a Fundação Batalha de Aljubarrota e seis autarquias

O campo da Batalha de Trancoso é um dos seis espaços históricos que estão a ser preservados para atrair visitantes, anunciou o presidente da Fundação Batalha de Aljubarrota.

Segundo Alexandre Patrício Gouveia, está a ser criada uma «rede dos principais campos de batalhas portugueses, que poderão ser visitados em conjunto», e que, além de Trancoso (1385), inclui os locais onde decorreram a Batalha dos Atoleiros (1384), a Batalha de Aljubarrota (1385), a Batalha das Linhas de Elvas (1659), a Batalha do Ameixial (1663) e a Batalha de Montes Claros (1665). «Estamos prestes a ter seis campos classificados como monumento nacional, portanto é uma garantia que os portugueses têm que estas paisagens, que são únicas e insubstituíveis, já mais poderão ser destruídas. Terão que ser preservadas pelo simbolismo que têm, que foi o terem sido palco de acontecimentos decisivos da nossa história», afirmou o responsável. Alexandre Patrício Gouveia sublinhou que o interesse por visitar locais históricos «é uma indústria que está em crescendo e que vai continuar nos próximos anos».

Até ao momento, o maior investimento realizado foi no campo de Batalha de Aljubarrota, em cerca de 10 milhões de euros, utilizado para a construção de um centro de interpretação e para a dotação de conteúdos multimédia. Em Trancoso, o campo situado no planalto de São Marcos, a poucos quilómetros da cidade, é monumento nacional desde 2012, mas ainda não mereceu qualquer investimento. O sítio é de grande importância histórica já que ali ocorreu uma das grandes batalhas pela independência de Portugal do reino de Castela. Travada a 29 de maio de 1385, esta peleja é encarada como o prenúncio da decisiva Batalha de Aljubarrota, de 14 de agosto do mesmo ano, que entregou definitivamente a Coroa Portuguesa ao Mestre de Avis, D. João I.

Segundo reza a lenda, a contenda deixou os castelhanos “a pão e laranjas” e ainda hoje esses produtos são distribuídos às crianças das escolas locais no Dia da Cidade, que se comemora a 29 de maio. A autarquia tem prevista a construção de um centro de interpretação, no antigo Palácio Ducal, na cidade, onde será disponibilizada, de forma pedagógica, informação sobre a batalha, a História de Portugal e expostos os achados descobertos no campo, nomeadamente na vala comum onde foram enterrados os 400 cavaleiros castelhanos mortos na luta. O campo de Batalha dos Atoleiros é o único que ainda não foi classificado de monumento nacional, estando o processo em curso. A preservação e classificação destes terrenos têm sido um trabalho conjunto da Fundação Batalha de Aljubarrota, das autarquias, do Exército e do Ministério da Cultura.

Luis Martins Batalha de Trancoso ocorreu no planalto de São Marcos em 1385

Sobre o autor

Leave a Reply