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Trancoso celebra história medieval da cidade

Município vai integrar Associação Nacional para regular feiras do género

A Festa da História vai tomar conta das ruas mais antigas de Trancoso pelo sétimo ano consecutivo. Este fim-de-semana, a antiga vila medieval enche-se de tabernas e tendas de artesanato, de ofícios medievais e militares. A animar os dois dias de feira haverá folguedos, danças, torneios de armas, bobos, saltimbancos, desfiles e, no domingo, será recriado um dos momentos mais importantes do passado trancosense: o casamento de D. Dinis e D. Isabel, que ali ocorreu em 1282.

A iniciativa começa na tarde de sábado, com a visita dos fiscais e meirinhos à feira. Serão depois recebidas “suas altezas reais”, sendo que, a seguir, D. Dinis vai resgatar o burgo das tropas castelhanas que tomaram a praça. À noite haverá uma ceia para a fidalguia de mor agasalho no Largo Padre Francisco Ferreira, seguindo-se bailias e folias no terreiro do mercado. Júlio Sarmento, presidente da Câmara de Trancoso, espera receber cerca de 18 mil pessoas, «um número próximo do alcançado noutras iniciativas, como a Feira do Fumeiro», adianta. Como trunfos desta edição da Festa da História, o autarca destaca o enquadramento medieval dos locais onde as iniciativas vão decorrer, o profissionalismo que aspectos, como a animação de rua e musical, têm vindo a assumir, o vestuário e o orçamento da iniciativa. Por tudo isto, acredita que o evento «já conquistou um espaço próprio entre as várias feiras do género que se realizam na região e no país». Uma conquista potenciada pela cooperação que tem havido entre diversos concelhos do país e que deverá ser formalizada brevemente.

É que está em curso a criação de uma Associação Nacional que abrange municípios como Trancoso, Castro Marim, Santa Maria da Feira, Óbidos e outras, de forma a traçar um circuito nacional de feiras medievais e um caderno de encargos e exigências que valorizem essas actividades, «através de algumas exigências quanto às características do próprio evento», como no vestuário e na animação. Esta Festa da História é organizada pela Trancoso Eventos, com o apoio da Escola Profissional de Trancoso (EPT), da Associação Raia Histórica, da Câmara e de outras associações do concelho. Júlio Sarmento destaca precisamente o facto da iniciativa envolver vários sectores da comunidade local, como a Associação Raia Histórica, que financia com 15 mil euros um orçamento global de 60 mil euros. Também a EPT volta a assumir alguns momentos de animação, enquanto algumas freguesias e associações locais terão a seu cargo a parte de restauração. Para o ano, Júlio Sarmento pretende criar dois locais de espectáculos com bancadas para o público e ter disponível o castelo, actualmente em obras, para a reconstituição do cerco.

Igor de Sousa Costa

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