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Teresa Oliveira preside ao “Aquilo”

Levar grupo à comunidade escolar é um dos desafios da nova direcção da cooperativa teatral

A nova direcção do “Aquilo –Teatro” acredita na reafirmação do grupo enquanto espaço cultural alternativo, onde é possível criar práticas artísticas diversificadas, sobretudo para os jovens guardenses. Um desafio que vai ser liderado por Teresa Oliveira, eleita no final de Novembro para a presidência da direcção, coadjuvada por Luís Soares (secretário) e João Louro (tesoureiro). «O “Aquilo” é uma cooperativa de voluntários e está aberto à participação de todos os que nele queiram colaborar. É um espaço para todos ao serviço de todos», reafirmam os novos corpos sociais, em comunicado.

Anabela Dinis (presidente), Teresa Miragaia (vice-presidente) e Carla Morgado (secretária) foram eleitas para a Assembleia-Geral, enquanto Paulo Miragaia (presidente), Teresa Carvalho (secretária) e o relator Rui Costa integram o Conselho Fiscal. Para além da produção teatral, o “Aquilo” diz ser também seu propósito encetar iniciativas de formação de crianças nalgumas áreas de expressão artística. O objectivo é levar o grupo amador à comunidade escolar para «transformar o receptor passivo num espectador criador, cujo sentir, inventar e experimentar sejam privilegiados», refere o documento. Recordando que o “Aquilo” se tem afirmado desde 1982 como um «grupo fundamental» na dinamização e na participação em eventos culturais da região e fora dela, o novo elenco não esquece os contributos dos seus antecessores e fundadores, actualmente arredados da vida da cooperativa. Nesse sentido, lembram o seu «papel primordial» na consolidação artística da cooperativa, enquanto grupo experimental. Na hora do balanço, destacam a actividade diversificada concretizada em 2005, sobretudo a colaboração de novos jovens cooperantes nas áreas da música, formação de crianças, artes visuais e multimédia, «os quais poderão dar um contributo muito positivo na concretização de projectos artísticos alternativos».

No último semestre, e ainda sob a anterior direcção presidida por António Godinho, foi visível o efeito do trabalho desenvolvido na área do teatro, que mobilizou sobretudo os jovens, que desenvolveram trabalho como actores e na criação de figurinos e adereços. Assumindo uma postura “experimental”, o “Aquilo” tem privilegiado a sua intervenção nas áreas da poesia, do teatro e das práticas alternativas. Editou 20 cadernos de poesia, onde, ao lado de novos autores da cidade, se incluiu a colaboração de poetas de reconhecido mérito nacional. No domínio do teatro, o grupo encenou e apresentou quatro dezenas de espectáculos (maioritariamente de autores portugueses) e levou o seu trabalho a inúmeros Festivais. Tem-se afirmado como escola de actores e de espectadores. A qualidade do seu trabalho foi premiada na Mostra Portuguesa de Artes e Ideias, “Novos Valores da Cultura” e ” Teatro da Década”. Representou Portugal no Encontro de Teatro Contemporâneo de Mérida (Espanha), Bienal dos Jovens Criadores da Europa do Mediterrâneo (Marselha – França), Festival “Fabuleus 91” (Leuven – Bélgica), 1ª Mostra de Teatro Ibérico e Expressões Artísticas de Portugal (Nordeste do Brasil), Festival “Sete Sóis, Sete Luas” (Itália) e Festival “Hans Christian Andersen” (Dinamarca). O “Aquilo” deu também origem a mais dois grupos de teatro: “Teatrinho do Lusco-Fusco” e Teatro da Vaca- Fria.

Luis Martins

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