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Telma Madaleno bate com a porta no PS Covilhã

Presidente da concelhia critica um partido «totalmente fragmentado por interesses pessoais»

Telma Madaleno não resistiu aos sucessivos abandonos de vários membros e pediu a demissão da presidência da concelhia do PS da Covilhã através de um comunicado publicado no blog http://pscovilha.com.sapo.pt/, com a data do último domingo. Isto depois de, dois dias antes, no final da Assembleia Municipal, ter assegurado que tinha condições para continuar no cargo.

Numa altura em que o candidato socialista à Câmara ainda não é conhecido, a militante, que já foi deputada na Assembleia da República e vereadora da autarquia, critica um PS Covilhã «totalmente fragmentado por interesses pessoais e por militantes com insaciável sede de poder, que põem em causa o próprio partido». Em lugar do contributo, a presidente demissionária diz ter encontrado a «oposição de grupos previamente organizados e apostados em derrubar esta comissão», tendo criticado «todas as opções apresentadas no que concerne à escolha de um candidato à Câmara e, em contrapartida, não apresentaram qualquer nome, como era seu dever». Por outro lado, «declinaram o convite para essa candidatura quando a isso foram chamados e demitiram-se das suas funções sem apresentarem qualquer tipo de alternativa», acusa. Telma Madaleno, eleita no final de Março de 2008, também aponta o dedo a alguns deputados municipais por terem «confundido as funções na estrutura interna do partido com as funções nos órgãos autárquicos para os quais foram eleitos por vontade popular».

Isto porque, no seu entender, «não se empenharam em defender e levar a bom termo a posição do partido, apesar da concelhia promover e participar nas reuniões de preparação e de se mostrar disponível para dar todo o apoio necessário». No mesmo sentido, critica outros elementos que, após suspenderem as suas funções há seis meses, regressaram «com o único intuito de fazer crítica negativa nas duas últimas reuniões da Comissão Política, enquanto na Assembleia Municipal se reservaram a um silêncio sepulcral». Neste cenário, Telma Madaleno garante não ter outra alternativa que a demissão. «Fazemo-lo, no entanto, com a convicção de que o trabalho realizado contribuirá para que, no futuro, seja mais fácil ao PS Covilhã vencer os seus novos desafios», declara. E garante que não vai voltar as costas ao partido: «Pela nossa parte, estaremos sempre dispostos a dar o nosso contributo pelo PS Covilhã, até porque fomos os responsáveis pela construção de parte do caminho que poderá conduzir o partido à vitória», escreve, desejando agora que «os principais opositores ao nosso projecto apresentem soluções viáveis».

A dirigente demissionária garante ainda que «não achincalharemos o partido, nem a equipa que estiver à frente da concelhia, através de falsas informações passadas para a comunicação social, como sejam as escolhas de prováveis candidatos à Câmara, o incorrecto número de demissões ou os falsos resultados das votações efectuadas nas reuniões», uma postura que Telma Madaleno considera «altamente reprovável».

Ricardo Cordeiro

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