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Teleférico em marcha entre Alvoco e a Torre

Sociedade anónima formada por Turistrela, Câmara de Seia, Juntas de Freguesia e particulares vai liderar projecto

A Câmara de Seia deliberou na última sexta-feira participar com 12,5 mil euros no capital social (de 50 mil euros) da futura sociedade anónima que vai liderar o processo de construção de um teleférico entre Alvoco e a Torre. O projecto continua a aguardar a respectiva autorização da parte das entidades competentes, mas os seus impulsionadores decidiram constituir uma empresa de capitais públicos e privados que vai juntar a Turistrela, empresários particulares, a autarquia e possivelmente as Juntas de Freguesia de Alvoco, Cabeça, Loriga, Sazes da Beira, Teixeira, Vide, e Valezim, para além do apoio da AIBT da Serra da Estrela e da Região de Turismo. Tudo para concretizar «um sonho», garante Eduardo Brito, mas sobretudo um meio alternativo de acesso ao ponto mais alto da Serra da Estrela. O dossier vai agora ser apresentado à tutela.

O projecto já tem alguns anos e prevê a instalação de um sistema mecânico de transporte de turistas, por telecabine ou teleférico, semelhante aos existentes nalgumas zonas de montanha de outros países europeus. Perspectivam-se três percursos no acesso à Torre, a partir dos Piornos (Covilhã), Alvoco da Serra e Lagoa Comprida (Seia), onde serão criadas condições para os visitantes estacionarem os carros e subirem sem problemas até à zona mais alta, estando previsto o transporte de quatro mil pessoas por

hora. O anteprojecto foi apresentado ao secretário de Estado do Turismo há dois anos e ainda terá de passar por várias etapas para se poder candidatar a diversos programas comunitários. A ideia nasceu em Alvoco da Serra, cuja Junta de Freguesia tem reivindicado um acesso directo ao planalto central juntamente com Loriga, tendo sido apresentado um estudo-prévio para a instalação de telecabines à então Comissão de Coordenação da Região Centro (CCRC) e à Acção Integrada de Base Territorial (AIBT) da Serra da Estrela. O estudo final encontra-se actualmente a ser desenvolvido e localiza as telecabines entre os 1.200 metros de altitude e aos 1.980, num total de três quilómetros de extensão.

Ficou ainda decidido que é a Turistrela quem vai gerir tecnicamente todo o investimento, cabendo às respectivas Juntas dar todo o apoio ao projecto e participar na sociedade com uma verba simbólica. Os seus promotores esperam que o projecto já esteja no terreno em 2006. Para Eduardo Brito, a construção de meios mecânicos de acesso à Torre faz «todo o sentido» e até vai potenciar o desenvolvimento de uma zona «menos próspera» do município. «O assunto já é mais falado e começa agora a ganhar forma», constata o autarca, para quem a participação da Câmara na sociedade anónima é uma «declaração de princípio» quanto à importância do projecto. Por isso, espera que as Juntas de Freguesia assumam também um «papel mais empreendedor, nesta e noutras iniciativas», enquanto reclama a participação do Estado através dos capitais de risco.

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