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Tecnologia Wimax em teste na Covilhã

Departamento de Electromecânica da UBI pretende ligar a instituição de ensino à zona urbana da cidade numa rede móvel sem fios

O departamento de Engenharia Electromecânica da Universidade da Beira Interior (UBI) prepara-se para avançar, em Setembro e Outubro, com testes de ligações de uma rede móvel em tempo real na cidade da Covilhã, através da tecnologia Wimax (Worldwide Interoperability for Microwave Access).

A prioridade passará por permitir a ligação da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) à zona urbana da cidade através de uma rede ponto-multiponto, permitindo assim que qualquer aluno ou docente da instituição possa aceder de forma mais rápida, sem fios e em qualquer lugar, a recursos multimédia enquanto se encontram em movimento. Com esta tecnologia, também será possível estabelecer ligações entre os vários edifícios da UBI, podendo-se assim aceder em qualquer local à Internet, ao e-mail, imagens ou, até mesmo, fazer uma vídeo-conferência.

As demonstrações que irão ser feitas pela equipa de alunos e investigadores do departamento de Electromecânica, coordenada pelo professor Fernando Velez, surgem no âmbito do Projecto MobileMan (ligação em rede em ambiente exterior) que se encontra a ser desenvolvido há um ano com o Laboratório do Instituto de Telecomunicações da Covilhã. Durante este tempo, a equipa já fez testes que levarão à ligação da FCS às diversas tutorias existentes nos quatro hospitais da região, designadamente o Centro Hospitalar da Cova da Beira (que engloba o Pêro da Covilhã e o Fundão), de Castelo Branco e da Guarda. Os testes desenvolvidos, e que implicaram a instalação de uma estação na Serra da Gardunha para fazer a ligação da Covilhã a Castelo Branco, já demonstraram «ser possível ligar a FCS aos hospitais através da rede ponto-a-ponto com repetidores», aponta Fernando Velez. Já os possíveis pontos de ligação para a Guarda também já estão definidos, se bem que foi «complicado» encontrar as melhores opções, acrescenta.

Contudo, e para que esta rede esteja a funcionar em termos práticos, será necessário haver operadoras interessadas em investir na tecnologia e no equipamento necessário, que deverá custar entre «três a quatro mil euros por cada ligação», realça o responsável. Da parte da UBI há «vontade» em colocar o sistema a funcionar, aponta, alertando, de resto, que o objectivo do projecto é apenas o de «demonstrar as possibilidades de ligação com o Wimax», revela Fernando Velez. No entanto, o investigador não descarta a possibilidade de colocar em rede as tutorias da FCS nos quatro hospitais com a instituição, em Setembro ou Outubro, para utilização dos alunos e docentes. Desta forma, os alunos e docentes poderiam aceder, independentemente da unidade em que se encontrem, aos sistemas de e-learning e aos recursos de Internet e intranet da UBI. Se a ligação entre os hospitais e a FCS vier a ser uma realidade, será primeiramente efectuada entre os hospitais da Covilhã e do Fundão, passando depois para Castelo Branco e, por último, para o Sousa Martins (Guarda), por «questões técnicas» e face às estações de ligação que teriam que ser instaladas.

O certo é que a tecnologia é deveras «útil» para a área da saúde, nota Fernando Velez, exemplificando que, «numa emergência médica, seria possível enviar uma radiografia de um utente que se encontre numa ambulância para o médico no hospital», exemplifica.

De resto, recordar que o MobileMan vem na sequência do Samurai (Serviço e Aplicações Multimédia em Ambiente Hospitalar, Universitário e Urbano) que aquele departamento da UBI desenvolveu no hospital da Covilhã. Com este projecto, foi possível proceder-se a várias aplicações informáticas, desde pulseiras para os utentes com código de barras, e cuja informação era centralizada numa base de dados, bem como à investigação nas áreas das redes sem fios, tecnologias de informação e comunicação e “e-learning” naquela unidade.

Liliana Correia

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