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Sócrates quer chegar a primeiro-ministro

Novo secretário-geral do PS satisfeito com os «resultados históricos» das eleições do último sábado

Tal como se previa, e à semelhança do que aconteceu no resto do país, José Sócrates venceu com uma larga maioria nos distritos de Castelo Branco e da Guarda para o cargo de secretário-geral do PS. Na Covilhã, terra natal do político, Sócrates captou 193 dos 196 votos, sendo que os restantes três destinaram-se a Manuel Alegre. Já em Castelo Branco obteve 739 votos, contra 101 para Manuel Alegre e três para João Soares. No distrito da Guarda, o candidato assegurou 73 por cento da votação, muito à frente dos 20,5 de Manuel Alegre e os 2,6 de João Soares.

Contactado por “O Interior”, o novo secretário-geral dos socialistas disse estar «muito satisfeito» com o resultado das eleições, confessando até que os números obtidos «superaram as expectativas». É certo que Sócrates já previa uma grande taxa nos distritos de Castelo Branco e Guarda, até porque goza de «muita popularidade» por estas bandas. O facto de ser originário da região e de ter canalizado obras e outras infraestruturas importantes para o desenvolvimento da Beira Interior, como a A23, a Faculdade de Medicina na UBI ou o Polis, quando era ministro do Governo de António Guterres, faz com que seja “amado” pelos beirões, quer sejam ou não simpatizantes do PS. Exemplo disso é o apoio que o futuro líder do PS tem do autarca social-democrata Carlos Pinto que, por diversas ocasiões, mostrou estar ao lado do socialista contra colegas do próprio partido, como aconteceu nas últimas legislativas quando apoiou Sócrates em detrimento da social-democrata e jornalista Maria Elisa.

Nestas eleições, Sócrates obteve um resultado «muito bom» não só nos distritos da Beira Interior, como também a nível nacional. «Foram resultados históricos. Nunca aconteceu em nenhum congresso uma participação como esta», regozijou-se o novo líder, também satisfeito pelo facto dos socialistas se terem pronunciado «de forma clara sobre os caminhos que querem que o partido siga nos próximos dois anos». «Renovação» e «Abertura» são os trilhos que José Sócrates pretende traçar para o PS durante os próximos dois anos. No congresso, que terá lugar este fim-de-semana, o sucessor de Ferro Rodrigues irá apresentar as suas ideias e os objectivos que vão nortear o Partido Socialista até às próximas eleições legislativas, daqui a dois anos, sem esquecer as autárquicas. O covilhanense defende uma «renovação» nos métodos de comunicação, acção política e nos rostos, para além de uma maior abertura do partido à sociedade para fazer com os quadros mais dinâmicos «um projecto político que puxe pelas energias do país e que constitua um impulso reformador e moderno de Portugal», diz. No fundo, é trazer de novo ao PS aquilo que foi o espírito dos Estados Gerais com a abertura e colaboração com o exterior e os independentes para gerar um projecto político no qual Portugal volte a acreditar. O seu objectivo é claramente «chegar a primeiro-ministro».

Liliana Correia

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