O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) sempre recorreu ao Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização (FEG) para apoiar os desempregados da Delphi da Guarda.
Segundo o “Diário Económico” da passada segunda-feira, a candidatura, que inclui outros trabalhadores despedidos no sector dos componentes e acessórios para automóveis, tem um valor global de 2,34 milhões de euros, mas só 65 por cento desse montante será financiado pelo fundo. Isto é, Portugal só vai receber 1,5 milhões para apoiar 726 pessoas que ficaram sem emprego com o fecho de três empresas do norte e centro do país. Segundo o diário, grande parte dos beneficiários (62,4 por cento) vem da Leoni, que cessou a laboração em Viana do Castelo. A seguir, vêm alguns dos trabalhadores dispensados pela Delphi, encerrada no final do ano passado após três vagas de despedimentos coletivos de mais de 900 pessoas. Já numa escala menor, também beneficiarão dos apoios do FEG antigos trabalhadores da Kromberg & Schubert Portugal, que laborou em Guimarães.
Estes despedimentos ocorreram entre julho de 2010 e março de 2011. A candidatura só seguiu agora porque «foi preciso juntar estas empresas» para reunir os requisitos exigidos pelo FEG, nomeadamente o número mínimo de despedidos, disse ao “Diário Económico” o presidente do IEFP, Francisco Madelino. A fazer fé no prazo temporal indicado, apenas os 318 trabalhadores que saíram da Delphi no final do ano passado vão ser ajudados. De fora, ficam os 601 funcionários despedidos em dezembro de 2009 e em maio e abril de 2010. Com esta medida, é a quinta vez que Portugal recorre ao Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização, destinado a apoiar pessoas que perderam o emprego na sequência da globalização ou da crise. No início de maio, o PCP tinha revelado que a Comissão Europeia ainda não havia recebido «qualquer pedido do Governo português» para a mobilização do FEG a favor dos trabalhadores da Delphi. Isto, depois da eurodeputada Ilda Figueiredo ter questionado a Comissão.
Luis Martins 
