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SkyGu@rdian na corrida ao apoio do Governo

Estado vai abrir concurso público para aeronaves não tripuladas de vigilância florestal

O SkyGu@rdian «está preparado» para concorrer ao concurso público que o Governo vai abrir para seleccionar uma Aeronave de Observação Não Tripulada (AONT) para a prevenção dos fogos florestais no próximo ano. O pequeno avião está a ser desenvolvido desde 2002 pelo departamento de Ciências Aeroespaciais da Universidade da Beira Interior (UBI), em parceria com o Instituto Politécnico de Leiria e a empresa Plasdan, da Marinha Grande.

A garantia é dada a “O Interior” por Pedro Gamboa, coordenador do projecto na UBI, assegurando que a candidatura está a ser preparada desde 13 de Maio, altura em que foi assinado o protocolo entre os Ministérios da Administração Interna, Economia e Inovação e Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. No acordo, os três ministérios comprometem-se a colaborar para o desenvolvimento e financiamento de uma AONT, constituída ainda por uma estação móvel terrestre e por “software” de tratamento de imagem e de visualização via Internet. O acordo estipula que, a partir de Março de 2006, possam ser adquiridos três protótipos para testes de operacionalidade e, se os resultados forem positivos, o Estado compromete-se a adquirir dez AONT para a próxima campanha de prevenção dos fogos florestais. A equipa está agora a «aguardar a definição dos prazos», visto que até ao momento foi apenas anunciada a intenção do Governo abrir o concurso público.

Seja como for, o protótipo do Unmanned Air Vehicle (UAV) – como também é designado pelo consórcio – está pronto a «efectuar ensaios de voo» no aeródromo da Covilhã. O que leva Pedro Gamboa a dizer que foi este projecto «o impulsionador» da aposta do Governo, visto terem feito demonstrações do UAV ao ministro da Administração Interna, António Costa, para o sensibilizar para a importância deste tipo de equipamento na prevenção dos fogos florestais. O SkyGu@rdian começou a ser desenvolvido com o objectivo de criar uma aeronave mais leve, mais barata e que pudesse ser controlada à distância. Contudo, o projecto não foi aprovado pela Agência de Inovação, pelo que tem sido o consórcio a suportar o seu financiamento, cujo valor total da série deverá rondar os 25 mil euros. À equipa da UBI, constituída por professores, engenheiros e alunos de Ciências Aeroespaciais, coube a concepção da aeronave, nomeadamente a parte de aerodinâmica, desempenho, qualidade do voo, sistema de controlo, ensaios e desenvolvimento do “software”. Por sua vez, a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria desenvolveu os sistemas de controlo, a aquisição de imagens e de outros dados, bem como da selecção de materiais e técnicas de produção. À Plasdan, empresa ligada ao sector de moldes, coube a gestão do projecto, produção de ferramentas e da plataforma de comunicação.

Liliana Correia

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