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Sadomasoquismo político

1.Da cabecinha de Pacheco Pereira, que voltou aos seus tempos de revolucionário de esquerda (as origens nunca se perdem), saiu o extraordinário argumento de que este governo empobreceu os portugueses por opção ideológica e porque, enfim, os tipos do governo são maus e gostam de ver as pessoas sofrer – numa palavra, são uns sádicos. A esquerda, desorientada e sem rumo, adotou o homem como guia espiritual e ideológico. E o Pacheco adora esse papel; noutro tempo foi um dos grandes ideólogos e “cães de guarda” do cavaquismo (palavra de honra), mas enfim… A questão é que muita gente parece acreditar nesse argumento imbecil, como se Passos e Portas, além de sádicos, fossem também masoquistas e, contrariando toda a lógica da política, gostassem de ganhar o ódio dos eleitores. Compreendo que muita gente os ache incompetentes. Agora, este tipo de argumento representa o nível zero da discussão. É um insulto à inteligência dos portugueses.

2. Andei a folhear a imprensa de fim-de-semana e reparei que, regra geral, é ignorada a forma como António Costa tratou o jornalista Vítor Gonçalves na RTP 1, fazendo lembrar os velhos tempos de Sócrates. A crispação, a intimidação, a agressão gratuita, a brutalidade para quem lhes coloca questões de que eles não gostam. Há quem goste deste estilo de “animal feroz”. Eu acho-o intolerável e incompatível com uma democracia civilizada e decente.

Por: José Carlos Alexandre

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