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Ruptura na AAUBI

Bruno Carneiro demitiu-se da presidência e acusa elementos da direcção de se «aproveitarem» da associação para «interesses pessoais»

Bruno Carneiro, presidente da Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) desde Janeiro, demitiu-se na semana passada devido ao «mau estar» vivido entre os elementos da direcção.

A situação já se arrastava há alguns meses, mas foi durante a última Assembleia-Geral de Alunos, em Julho último, que se deu a ruptura. «Apresentaram uma proposta a privarem-me de representações externas, nomeadamente com o reitor ou com a Câmara da Covilhã», recorda o ex-presidente. A «falta de apoio da direcção e de confiança entre os elementos» estiveram na origem da demissão de Bruno Carneiro, visto que havia elementos que escondiam documentos importantes ou que simplesmente não o apoiavam na concretização de algumas medidas necessárias para equilibrar a situação financeira da associação. «No início deste mandato havia grandes problemas financeiros e tínhamos um funcionário que pedia um aumento de 10 por cento. Apesar de todos terem concordado que isso não era possível, a verdade é que, na hora de tomar a decisão, não me apoiaram», lamenta, acusando ainda alguns elementos de se «estarem a aproveitar a AAUBI para interesses pessoais e constituírem negócios» refere, embora sem apontar nomes. «As pessoas em causa sabem do que falo», limita-se a dizer.

As alegações do presidente demissionário já mereceram as críticas do vice-presidente da AAUBI, Fernando Jesus, que vai assumir o lugar até ao final do mandato, e da restante direcção. Em comunicado, acusam Bruno Carneiro de «inércia» e de «falta de estratégia» para resolver os problemas pedagógicos e administrativos da universidade, exemplificando com o facto da acção principal da queixa contra a reitoria ter sido arquivada «por não ter sido capaz de encontrar nos mais de cinco mil alunos um que se sentisse lesado» pelas regras gerais de avaliação. «Ironicamente, ele próprio era um dos prejudicados numa disciplina da sua licenciatura», acrescentam. Para além disso, a direcção garante que o presidente demissionário sempre «alinhou a favor dos interesses de terceiros e em detrimento dos interesses dos alunos e associados», exemplificando com o facto de apenas ter conseguido captar 22,5 mil euros do subsidio mínimo de 75 mil euros aprovados em Senado durante o mandato da comissão de gestão. De resto, admitem ter transferido os poderes de representação para o vice-presidente e tesoureiro, mas por Bruno Carneiro ter diminuído a sua presença e participação ao longo dos meses. «A confiança que afirma ter perdido foi a mesma que não soube granjear nem conquistar», justificam, sublinhando que «em nada contribuiu» para a preparação do processo de quotização ou recepção dos novos alunos, reabertura do bar da AAUBI, apetrechamento da papelaria ou reestruturação da rede informática.

Liliana Correia

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