A requalificação ambiental da área mineira de urânio do Forte Velho e da antiga fábrica de lavagem dos minérios do Barracão, ambas no concelho da Guarda, deve arrancar em 2008 ou 2009. Trata-se de um investimento superior a 1,8 milhões de euros, cuja maior parte será assegurada pela Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM), tendo o município guardense de comparticipar os trabalhos em cinco por cento. Outras três antigas explorações mineiras no município devem ser requalificadas até 2013.
Gaspar Nero, administrador da EDM, adianta que a empresa pensa «desenvolver os projectos em 2006 e 2007», para avançar com as intervenções «entre 2008 e 2009», indica. Em relação aos montantes envolvidos, as obras na antiga fábrica do Barracão estão orçadas em 80 mil euros, enquanto a intervenção no Forte Velho deverá custar 1,8 milhões de euros. Valores que, «em princípio», a Câmara da Guarda deverá comparticipar em cinco por cento, que é o que «normalmente é exigido no âmbito do III Quadro Comunitário de Apoio», mas que poderá sofrer alterações com a entrada em vigor do novo Quadro de Referência Estratégica Nacional, frisa. Quanto aos trabalhos a efectuar na antiga fábrica do Barracão, o responsável da EDM pela recuperação de áreas mineiras explica que irá proceder-se ao saneamento da zona que tem materiais do tratamento que aí era feito, bem como à remoção dos resíduos para depósitos confinados. Já a requalificação do Forte Velho é um projecto de «maior dimensão» e implica, entre outros trabalhos, a selagem de poços, a remodelação paisagística e a remoção de escombreiras de maior grau de periculosidade e decapagem de solos contaminados, bem como o respectivo transporte para depósito confinado.
Estas duas intervenções são consideradas as «mais urgentes», salienta Gaspar Nero. Posteriormente, até 2013 devem ser edificados e postos em prática os projectos de requalificação ambiental de outras três antigas áreas mineiras do concelho da Guarda: Alto da Várzea, Cruz da Faia e Pêra do Moço. De fora deste primeiro plano, a ser levado a cabo até 2013, ficaram as antigas explorações da Barroca Funda, Tintinolho e Tapada das Mercês. “O Interior” já havia adiantado, em Junho deste ano, que, até 2013, a EDM previa gastar 20 milhões de euros na requalificação ambiental de 24 das 46 explorações mineiras de urânio desactivadas no distrito da Guarda. Isto, «de acordo com as conclusões do Estudo de Hierarquização de prioridades que contemplou as 175 áreas mineiras abandonadas a nível nacional». Estas 24 explorações já dispõem de planos directores que vão orientar os projectos de execução dos estudos ambientais tidos por «convenientes», explica a EDM. Este ano e no próximo vão ser desenvolvidos projectos de execução para 14 das 24 minas definidas. O início das obras de recuperação ambiental no distrito está previsto ocorrer «entre o último trimestre de 2007 e o primeiro trimestre de 2008» na Bica (Sabugal), que laborou durante 48 anos, entre 1951 e 1999, e na Senhora das Fontes (Pinhel).
As intervenções que envolvem «maiores recursos» são as programadas para as áreas mineiras do Castelejo (Gouveia) e da Bica, logo seguidas das minas da Senhora das Fontes e Rosmaneira (Sabugal). Já, «pela natureza dos trabalhos que se prevê desenvolver», também merecem realce as requalificações programadas para as antigas minas de urânio de Mortórios (Mêda) e do Prado Velho (Guarda).
Ricardo Cordeiro