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Escola de Música Sacra da Diocese da Guarda já abriu

Cerca de 35 alunos tiveram no sábado as primeiras aulas do curso de três anos

O entusiasmo entre os professores e os alunos foi bem evidente no primeiro dia de aulas da Escola de Música Sacra da Diocese da Guarda que conheceu o seu “pontapé de saída” no último sábado. Vindos dos mais diversos pontos da Diocese, cerca de 35 alunos, entre senhoras e homens, jovens e menos jovens, aceitaram o repto e decidiram aprofundar os seus conhecimentos na área, inscrevendo-se naquele que os responsáveis esperam que seja o primeiro de muitos cursos.

Com a duração de três anos, o curso, que será ministrado no Seminário Maior da Guarda, tem como disciplinas obrigatórias: Liturgia, Formação Musical e Praxis da Música na Liturgia, a leccionar aos sábados entre as 14h30 e as 17h30. Na opção por uma formação mais específica estão disponíveis as disciplinas de Ministério do Salmista, Ministério do Organista, Ministério do Director de Coro e do Canto da Assembleia. O objectivo é «formar as pessoas no sentido de aumentarmos a qualidade das celebrações litúrgicas da nossa Diocese», realça o padre José Dionísio Sousa, responsável pela iniciativa. Os alunos deste primeiro curso de Música Sacra são, na sua maioria, salmistas, organistas, elementos e maestros de grupos corais, sendo que «mais de 90 por cento são leigos», indica. «São pessoas cristãs, católicas que já participam habitualmente nas suas comunidades, acompanhando ao orgão ou cantando o salmo, por exemplo, e pretendem adquirir uma melhor formação e mais continuada e aprofundada», reforça. A origem dos alunos é muito variada, apesar de um «grande predomínio» dos fiéis da zona da Beira Baixa da Diocese como do Fundão, Alpedrinha, Póvoa da Atalaia, Covilhã, Caria, Teixoso e Colmeal da Torre, mas também da Guarda e Trancoso, entre outras localidades.

Os cerca de 35 inscritos deixaram o responsável bastante satisfeito, isto apesar de alguns alunos só terem surgido mesmo no primeiro dia de aulas, uma semana depois do fecho das inscrições: «Como somos portugueses ainda me apareceram agora mais três alunas que não deram sinais de vida até agora e não as vamos excluir», realça, afirmando que é «bastante bom» o número conseguido neste primeiro ano. Para 2007 já está previsto começar outro curso, para o que agora dá os primeiros passos prosseguir no segundo e «esperemos que ninguém reprove», diz a sorrir José Dionísio Sousa. Aliás, a Escola não pretende fazer concorrência a Conservatórios ou instituições semelhantes já existentes nem vai atribuir títulos académicos, apenas distinguindo os alunos com certificados de frequência, de aproveitamento e habilitações. Outra das intenções da Escola é promover os compositores locais: «Temos bons compositores na Diocese, como os irmãos Geada ou o padre Terreiro, cujas obras valiosas se têm mantido infelizmente no anonimato, e é nossa intenção trabalhar temas já existentes, mas também encomendar novos», realçou o padre. A ideia de avançar com uma Escola de Música Sacra na Diocese da Guarda ganhou forma no Encontro Diocesano de Pastoral Litúrgica, realizado a 30 de Abril deste ano, surgindo por iniciativa das Comissões de Pastoral Litúrgica e de Música Sacra.

Eduarda Martins, da Póvoa da Atalaia, concelho do Fundão, foi uma das alunas mais novas que aceitou este repto: «Na minha terra toco e canto no coro e depois surgiu esta oportunidade de me especializar melhor e decidi inscrever-me. Acho que vai ser bom para enriquecer aquilo que já sei», sublinhou. Um pouco mais velha, Maria da Glória Monteiro, da Guarda, revelou que optou por ingressar neste curso porque «sempre» gostou de cantar e quer «aprender cada vez mais para poder ensinar na Igreja» onde está encarregue de ensinar os cânticos e de ajudar à Assembleia, confessando estar «muito entusiasmada» com esta nova experiência. Em menor número, mas com o mesmo entusiasmo estavam os homens. Manuel Gonçalves, do Refúgio, na Covilhã, frisa que «as necessidades de melhoramento e de aprendizagem de outros conhecimentos vão surgindo» daí que tenha respondido afirmativamente a este desafio. De resto, nem os três anos que tem pela frente para concluir o curso o fazem desanimar: «Há 12 anos que dou catequese e outras coisas mais que faço na Igreja. Tenho é sempre mais vontade de continuar», garante.

Ricardo Cordeiro

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