Drª Manuela Ferreira Leite, por favor, tome água-pé, por favor encharque-se de aguardente ou absinto e, iluminada, abra a sua garganta de iniquidades e dê a alternativa pela qual chora Portugal. Pense como podiam ser os investimentos públicos que Sócrates não quer ver. Melhores escolas, aquecidas, com pavilhões desportivos, com transportes escolares dignos sem pneus recauchutados, com professores melhor pagos, em menor número, mais qualificados. Requalificar os liceus, requalificar os espaços universitários, tornar dignificados os lugares da Justiça. Tempos livres dignos, rede infantil digna e de qualidade, creches para os funcionários abrindo a qualquer hora, para os horários todos que são possíveis. Refazer as estradas que estão miseráveis, melhorar os parques públicos infantis, substituir bairros problemáticos por soluções de reenquadramento habitacional e, por último, mas não o menos importante: implosão dos erros antigos. No fundo, o que precisa Portugal é reduzir o investimento em novas obras, reciclar aquilo que deixou cair na indignidade, reutilizar os centros históricos convertendo os programas de apoio em verdadeiras soluções de melhorar o país. Sócrates só pode melhorar se tiver uma oposição alternativa, se puder ir a terreno discutir ideias e compromissos. Aqui neste deserto de propostas, ou de discursos credíveis, morremos de tédio e cheios de medo que ele ganhe sem ter percebido que estava errado, e a vitória lhe surja por falta de comparência do adversário. Manuela acorde, que há tanto por fazer.
