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Falar Claro

Jorge Guerra, Coordenador Pedagógico do Centro Novas Oportunidades (CNO)

Continua a ser um tema actual e utilizado mesmo para atacar o governo o “facilitismo” e a “simplificação” nos CNO: isto corresponde à verdade?

Não é verdade. Existem referenciais de competências-chave para os Ensino Básico e Secundário. Se as equipas técnico – pedagógicas dos CNO utilizarem com critérios de qualidade e boas práticas estes instrumentos no reconhecimento das competências dos adultos para posterior validação e certificação, o processo é bastante exigente. É pena que alguns CNO não utilizem estes critérios e práticas, sendo a sua preocupação principal certificar o máximo de adultos e contribuindo assim para essas designações.

Recebemos e-mails com notícias a ridicularizar: “Aluno das Novas Oportunidades entre em Medicina”: como comenta?

Esta notícia que saiu na imprensa portuguesa foi falsa e muito infeliz. Falsa porque o adulto em causa entrou no curso de Psicologia na Universidade do Minho e não em Medicina, muito infeliz porque este adulto com o ensino secundário obtido através do processo RVCC, podia candidatar-se através dos maiores de 23 anos, como qualquer outro adulto, realizar exames nacionais a algumas disciplinas. No entanto, como é atleta de alta competição, também podia candidatar-se através do Estatuto de Atleta de Alta Competição. Penso que quem escreveu esta notícia mostrou alguma ignorância no assunto.

As Escolas como lugares de aprendizagem e ensino são os lugares adequados para um CNO? E os professores adaptam-se às novas funções?

As Escolas são lugares adequados ao funcionamento de um CNO. As equipas técnico – pedagógicas são constituídas por profissionais RVC e formadores, alguns externos e a maioria internos dos quadros da Escola, estes elementos, nomeadamente os formadores, são necessários para reconhecerem as competências dos adultos e para darem formação complementar quando necessário. Quem melhor que um professor, para dar formação? Pôr em causa o funcionamento de um CNO numa Escola é o mesmo que pôr em causa o funcionamento de outros cursos: Profissionais, CEF e Cursos EFA. Os professores que fazem parte da equipa do CNO devem possuir um perfil especial e adequado para trabalhar com adultos. Os elementos da nossa Escola foram escolhidos com base neste perfil, todos tiveram formação promovida pela ANQ – Agência Nacional para a Qualificação. Adaptaram-se bem e posso dizer que todos trabalham com gosto, vontade e muitas vezes muito mais horas do que as que estão no seu horário.

Como combater (se vale a pena) esta ideia instalada do facilitismo nos CNO?

Vale sempre a pena combater esta ideia de facilitismo. Como? Se através da comunicação social, dos adultos certificados, de todos os profissionais envolvidos no processo, se conseguir passar a mensagem da qualidade e das boas práticas com que funcionam os CNO.

Novas Oportunidades entregam Diplomas

O Centro Novas Oportunidades da Escola Sec. Afonso de Albuquerque vai entregar em Cerimónia Pública no próximo dia 17 de Janeiro às 15 horas os Diplomas referentes ao Processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências realizado em 2008. A Cerimónia decorrerá na Escola. Na cerimónia alguns dos adultos formados darão o seu testemunho como resposta à pergunta “Aprender compensa?”.

Relembra-se ainda que os adultos certificados em 2008 foram 53 (32 do Ensino Básico e 21 do Secundário); os adultos encaminhados para outro tipo de formação 73 e os adultos em reconhecimento (Processo RVCC) – 121.

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