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ReAdapt quer produtos “Made in Covilhã”

Marca será lançada dentro de um mês com um blusão de lã mas deverá abarcar outros produtos regionais

Os parceiros do ReAdapt – Rede para o Desenvolvimento Económico e Social da Covilhã, constituída pela Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios (ANIL), Câmara da Covilhã, Centro de Formação Profissional para a Indústria de Lanifícios (CILAN), Centro de Formação Profissional da Indústria de Confecção (CIVEC), Universidade da Beira Interior (UBI), Santa Casa da Misericórdia, Sindicato Democrático dos Têxteis (Sindetex) e a Global Change (empresa de consultadoria), vão «criar uma marca própria» para identificar os produtos característicos do concelho.

O anúncio foi feito durante o seminário “O Desenvolvimento Económico e Social de uma Região – Cooperar para Competir”, realizado no final da semana passada, enquanto o primeiro passo para essa marca será dado «aproximadamente» dentro de um mês com o lançamento de um blusão de lã desenvolvido em parceria pelo CILAN e pelo CIVEC com as empresas têxteis da região, adianta Luís Simões, coordenador do projecto e representante do CILAN. Esta cooperação de empresas era, aliás, um dos objectivos do projecto criado em Dezembro de 2002 com um apoio de 748 mil euros do programa comunitário Equal para criar um “cluster” neste sector. A marca, cujo logótipo e design será apresentado com o blusão, deverá centrar-se à volta da lã para afirmar a Covilhã como importante pólo industrial dos lanifícios. «As nossas empresas têm uma grande dependência das empresas estrangeiras, trabalham sob encomenda e não têm uma marca própria», acrescenta o responsável, para quem é fundamental identificar os produtos da região. Mas o objectivo a longo prazo é que essa marca possa abarcar outros produtos regionais, como a gastronomia ou o artesanato, funcionando assim como uma espécie de «marca-chapéu», sustenta Luís Simões, cabendo, no entanto, à Câmara da Covilhã a definição dos produtos a incluir nesta marca.

Mas para promover uma marca de produtos “made in Covilhã”, que se pode estender «da agricultura aos serviços», é necessário existir «disponibilidade de projectos comuns e recursos financeiros», salienta o autarca local, Carlos Pinto, apesar de ter consciência que actualmente «não há concorrência nos mercados europeus se os produtos não forem diferenciados» através de um logótipo atractivo para os consumidores. Ideia semelhante tem José Robalo, presidente da ANIL. É que embora haja a vontade de criar uma marca ligada à Covilhã, é necessário arranjar primeiro as «condições» para a lançar, como a estratégia comercial a desenvolver, o mercado alvo e os meios financeiros ao seu dispor para a promover, citando o exemplo do orçamento de 10,5 milhões de euros da MGlass, projecto que resulta da cooperação de empresas do sector vidreiro da Marinha Grande para os próximos dois anos. «Não se pode criar uma marca de um dia para o outro», avisa, sublinhando que este desafio envolve verbas avultadas «que Portugal não tem neste momento». Daí que, para Luís Simões, haja a necessidade de recorrer a parceiros privados para lançar a marca no mercado.

Liliana Correia

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