Entre 1968 e 1973, o médico norte-americano Berbnard Nathanson foi um dos principais impulsionadores para que o aborto livre fosse legalizado no seu país. Hoje, arrependido, não poupa esforços para que essa prática volte a ser ilegal. Escreveu um livro onde descreve os métodos que utilizou nos anos 70 para convencer a população de que o aborto deveria ser livre, que se reduzem a três:
1) «…permitir o aborto era uma causa liberal (…). Nós simplesmente fabricámos resultados de sondagens fictícias (…). Enquanto o número de abortos ilegais se aproximava de 100 mil, nós dizíamos incessantemente aos meios de comunicação que o número era de um milhão (…)».
2) «A segunda táctica era atacar o catolicismo. Nós difamávamos sistematicamente a Igreja Católica e as suas ideias solidamente retrógradas. (…) O facto de outras religiões, cristãs e não cristãs, serem (e são) completamente opostas ao aborto foi constantemente silenciado, assim como as opiniões dos ateus pró-vida».
3) «A terceira táctica era obscurecer e suprimir toda a evidência de que a vida se inicia na concepção».
O leitor deve estar a pensar: Mas isto é o que se está a passar em Portugal neste preciso momento! Com esta verdade caem por terra alguns dos argumentos dos defensores do Sim. Na realidade, Portugal, hoje como no passado, tem a possibilidade de demonstrar ao mundo que é um país que defende a vida, ou não tivéssemos sido os primeiros a abolir a pena de morte e a escravatura. Os bons exemplos são para ser seguidos e nós somos um bom exemplo.
Como se pode falar, por um lado, da humilhação das mulheres julgadas e, por outro, explorá-las num cartaz com 8 metros de comprimento? Os defensores do aborto dizem que se fazem entre 20 a 40 mil abortos por ano em Portugal (onde terão ido buscar este número?). Sabia que em 2005 foram atendidas 75 mulheres nos hospitais depois de terem praticado um aborto? Será que, com a nova lei, esse número diminuirá? Sabia que 25 mulheres foram julgadas? Sim! Leu bem! Foram vinte e cinco. Não vale a pena referir que nenhuma cumpriu pena, a tal pena dos três anos, a mesma que é aplicada a quem fotocopia um livro ou que destrói um ninho de ovos de águia pesqueira. Como se pode comparar a morte de uma criança a qualquer outra coisa?
Defender a vida não é ser retrógrado. O leitor já parou um pouco para pensar se, quando nasceu, foi efectivamente o momento oportuno para os seus pais? Será que o momento pouco oportuno não foi imediatamente esquecido pelos pais no momento do primeiro choro? Um sondagem perguntou “Se estivesse a atravessar um momento de dificuldade ou dúvida sobre a sua gravidez ou maternidade, desejaria”:
1) Que o aborto fosse livre para poder abortar sem ser crime;
2) Ser ajudada e apoiada a manter a gravidez e poder ter o bebé;
3) Ser encaminhada para uma clínica onde fizessem o aborto sem risco para a saúde
13,5 % e 10,2 % responderam 1 e 3, respectivamente, 75,6% prefeririam a segunda possibilidade. O Estado tem obrigações que está a escamotear, preferindo ir pelo caminho menos digno. Por tudo isto, os elementos do Movimento Guard’a Vida não hesitam em defender a VIDA, votando NÃO neste referendo.
Por: Pedro Nobre*
* Elemento do Movimento Guard’a Vida