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Raciocinemos sobre uma trajetória que conduza a desaparecimento do PS

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O partido Socialista não ganhou as eleições, mas pode formar com a CDU e o BE um Governo de maioria que terá um discurso próximo do da Grécia há seis meses. Não à austeridade! Não aos ditames europeus! Este cenário conduzirá a um isolamento internacional de Portugal igual ao que levou à destruição do anterior Syriza, pois as turbinas de injeção financeira fecham no dia seguinte. Mas podemos passar algum tempo nesta luta anti austeridade. Daqui não, de lá “é preciso” e acabaremos por perceber que o dinheiro é deles e nós ou fazemos, ou ficamos com restrições de 60 euros por dia nas caixas multibanco, as empresas deixam de comprar matéria-prima e os salários dos funcionários ficam por um fio.

Mas também pode acontecer, vamos supor, a inverosímil queda da Europa ao importante poder português. Assim governará Costa até chegar um Presidente da República que, a julgar pelo caminho percorrido será Marcelo Rebelo de Sousa. O que fará ele em primeira instância? Eleições. Que resultado julgam as pessoas que terá o PS em agosto de 2016? Eu apostaria no do PASOC.

Agora vamos imaginar que dez homens do PS (podem ser próximos do Seguro) impedem esta estratégia que levará o candidato que ficou em segundo a primeiro-ministro. Impedem, abstendo-se no Orçamento da coligação. São os traidores de Costa mas formando um partido próprio e indo a votos em 2016 que resultado terão?

O Diogo delira! Mas também é delirante acreditar que a não mudança do discurso do Bloco terá sucesso nesta Europa do euro. Mesmo que tenha razão já vimos que outros cheios dela, ou carregados dessa certeza, falharam.

Outro cenário possível: Até às presidenciais arrasta-se a indefinição. Marcelo eleito convoca o “Centrão” para governar e ele volta a não se entender porque Costa insiste numa maioria de esquerda. Eleições em agosto de 2016 – que resultado pensa a esquerda que terá? A CDU ganha como sempre. O BE talvez reduza a metade. A abstenção possivelmente diminui porque o drama aumenta a participação.

Costa, entretanto, deixou cair um amigo, o candidato Sampaio da Nóvoa que estará com o mesmo amargor que sentirá Passos se vir empossar Costa. Começa António Costa a ter um percurso que não abona. Elimina tudo desde que chegue lá – é o que ouviremos dele neste cenário. Tudo está, pois, na eleição do próximo Presidente e Costa e a maioria de esquerda só sobreviverão se tiverem um Presidente da mesma maioria e um acordo simpático com a Europa. Entretanto sobem os juros da dívida. Entretanto o dinheiro fica mais caro. Entretanto as agências descem o nível de Portugal. Entretanto os portugueses saboreiam o fel do desassossego. Que época tão extravagante vivemos agora!

Por: Diogo Cabrita

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