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Quercus recorre a Bruxelas contra barragem da Ribeira de Cortes

Covilhã

A Quercus anunciou ter apresentado uma queixa na Comissão Europeia (CE) contra a construção da barragem da Ribeira de Cortes, no concelho da Covilhã.

O projeto foi aprovado pelo Governo em setembro, mas os ambientalistas consideram que todo processo «é mais um exemplo flagrante de uma Avaliação de Impacte Ambiental que serviu apenas para validar decisões políticas que já foram tomadas previamente». E justificam com o facto da declaração final de impacte ambiental (DIA), que o secretário de Estado do Ambiente Paulo Lemos assinou a 20 de setembro, ser posterior à declaração de utilidade pública do projeto por parte do Governo, que também já tinha aprovado o respetivo financiamento comunitário no âmbito do QREN. Para a Quercus, é quanto basta para que a CE «investigue a forma como a decisão foi tomada e suspenda a atribuição de fundos comunitários para a realização da mesma, até à conclusão do processo de averiguação». Mas esta não é a única dúvida da associação ambientalista, que também põe em causa a alegada necessidade desta barragem, sustentando que «o modo como foram avaliadas as necessidades futuras de água para o município é, no mínimo, leviana, estando assente em várias incongruências e análises tendenciosas, que não conseguem fundamentar nem justificar a decisão política tomada». Entre outras críticas ao empreendimento, a Quercus recorda que o atual sistema de abastecimento de água serve 98 por cento da população do concelho da Covilhã, que «tem vindo a perder população e assiste-se a um decréscimo no consumo de água».

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